Ciência

Autoridade dos EUA recomenda uso emergencial da vacina da Johnson & Johnson

É o terceiro imunizante autorizado para uso no país e requer apenas uma única dose.

Vacina da J&J: governo americano aprova uso emergencial do imunizante (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

Vacina da J&J: governo americano aprova uso emergencial do imunizante (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 19h18.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2021 às 19h26.

Um painel da Food and Drug Administration (FDA, equivalente da Anvisa nos Estados Unidos) aprovou nesta sexta-feira, 26, o uso emergencial da vacina da Johnson & Johnson. A decisão aconteceu de maneira unânime em uma reunião que já estava marcada e era aguardada.

É a terceira vacina aprovada para uso emergencial no país e o imunizante guarda grande potencial por precisar de apenas uma dose de aplicação, diferente das vacinas já aprovadas, que são de duas doses. A J&J submeteu a vacina para aprovação à FDA no dia 4 de fevereiro.

A decisão vem em um momento que a gestão do democrata Joe Biden quer aumentar o estoque de vacinas e imunizar a população o mais rápido possível, diante da ascensão de novas cepas do novo coronavírus, que tem se mostrado mais transmissíveis.

De acordo com Rochelle Walensky, diretora do Centro para Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), as vacinas em aplicação nos EUA podem estar atingindo um platô, com as novas variantes se espalhando. Escalar os esforços de vacinação poderia ajudar a conter o avanço de formas mais graves da doença.

Em dezembro de 2020, as vacinas da Pfizer com a alemã BioNTech e a da Moderna foram aprovadas pelo órgão americano para uso emergencial. Por enquanto, elas são as únicas sendo distribuídas no país. Com a aprovação da vacina da Johnson & Johnson, os EUA agora têm um total de 100 milhões de doses da vacina contra a covid-19.

Qual a eficácia da vacina da Johnson & Johnson

A vacina da J&J se mostrou 66% eficaz na prevenção da covid-19 de diversas variantes em um teste global com quase 44 mil pessoas, informou a empresa no mês passado. Sua eficácia variou em cada país onde foi testado: Estados Unidos obteve 72%; enquanto a América Latina teve 66% e a África do Sul 57%, mas, sua eficácia para impedir casos graves da doença foi de 85%.

A vacina da J&J é produzida do mesmo material utilizado no desenvolvimento da vacina do Ebola, que inclui o vírus inativado da gripe comum. Ela pode ser armazenada à temperatura de geladeiras normais, uma grande vantagem competitiva em países com uma infraestrutura de saúde relativamente mais fraca.

Em dezembro, a J&J fechou um acordo de apoio ao Covax, iniciativa da Gavi Alliance, que trabalha com distribuição de vacinas em países em desenvolvimento, em parceria com a Fundação Bill e Melinda Gates e coliderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O objetivo do Covax é garantir o acesso global às vacinas e fornecer 2 bilhões de doses aos países participantes, sendo 92 nações de renda baixa e média, até o final de 2021. Para garantir o suprimento de 500 milhões de vacinas, a Johnson & Johnson encaminhou dados à OMS pedindo a inclusão da sua vacina em uma lista de uso emergencial, pré-requisito para o envio de vacinas para o Covax.

 

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