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Sob a sombra da covid, começam os Jogos Olímpicos de Tóquio; veja imagens

Sem público e em meio a estado de emergência no Japão, cerimônia homenageia tradições do país e também as vítimas da covid-19; veja os melhores momentos

TOKYO, JAPAN - JULY 23: A detailed view of the Olympic cauldron lit during the Opening Ceremony of the Tokyo 2020 Olympic Games at Olympic Stadium on July 23, 2021 in Tokyo, Japan. (Photo by Laurence Griffiths/Getty Images) (Laurence Griffiths/Getty Images)
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GabrielJusto

Publicado em 23 de julho de 2021 às 10h23.

Última atualização em 23 de julho de 2021 às 12h09.

Após quase 3 mil dias de espera, incluindo aí o atraso devido à pandemia de covid-19, os Jogos Olímpicos de Tóquio foram oficialmente abertos na manhã desta sexta-feira (23). Com a capital japonesa em estado de emergência, a cerimônia aconteceu com as 68 mil cadeiras do Estádio Olímpico vazias. Apenas algumas autoridades, como o imperador japonês Naruhito, a primeira-dama americana Jill Biden e o presidente francês Emmanuel Macron estiveram presentes no evento.

A cerimônia foi aberta com um vídeo em homenagem aos atletas que tiveram que se preparar para os Jogos treinando sozinhos, novamente por conta da pandemia. Houve, inclusive, um momento de silêncio em homenagem às vítimas da covid-19 e também em memória dos atletas israelenses assassinados durantes os Jogos de Munique, em 1972.

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Cheia de referências e homenagens à cultura japonesa, uma performance de dança com dezenas de bailarinos celebrava o corpo humano, em alusão aos músculos e nervos que movem os atletas. A bandeira do Japão chegou ao estádio carregada por campeões olímpicos e trabalhadores de serviços essenciais do país, e foi hasteada em frente a uma representação do Monte Fuji, um dos grandes símbolos do Japão.

A marcenaria e as lanternas, duas artes históricas do Japão, também marcaram os visuais da cerimônia de abertura dos Jogos. Os anéis olímpicos, que representam os continentes do globo, foram feitos a partir de pinheiros plantados por atletas de todo o mundo na primeira edição dos Jogos em Tóquio, em 1964.

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Em todas as cerimônias de abertura, o COI concede o Prêmio Olímpico a uma figura notável na área da cultura, educação, desenvolvimento e paz. Nesta edição, o homenageado foi oempreendedor social e economista de Bangladesh Muhammad Yunus, que em 2006 foi laureado com o Nobel da Paz por seus estudos relacionados ao combate à pobreza através da concessão de microcrédito a mulheres em vulnerabilidade.

Tão perto, tão longe

Impedidos de acompanhar a cerimônia de perto, alguns locais viram a queima de fogos de longe, a cerca de 1km do Estádio. Os detalhes da cerimônia, entretanto, eram acompanhados pela transmissão ao vivo, via tablets e smartphones. Tanto para autoridades presentes na cerimônia quanto para quem assistia de longe, a orientação era a mesma: ao invés de gritos, o público deveria bater palmas - mais uma restrição imposta pela covid-19.

 

Também para evitar aglomerações, as delegações do países não puderam desfilar pelo Estádio em sua formação completa. Por isso, apenas alguns atletas de cada país estiveram presentes no desfile. O Time Brasil, por exemplo, contou com a presença de apenas quatro atletas.

Novidades no desfile das delegações

Especialmente nesta edição, o tradicional desfile das delegações teve uma outra grande mudança - além de não contar com todos os integrantes das 206 delegações. Após a entrada da Grécia, que sempre abre o desfile, e da delegação de refugiados, a ordem de entrada dos países aconteceu de acordo com o alfabeto japonês Katakana, em que as vogais vêm antes das consoantes e numa ordem diferente: A, I U, E O. Nesse esquema, e ao som da trilha sonora de jogos de videogames japoneses icônicos, como Final Fantasy, Dragon Quest e Kingdom Hearts, o Brasil foi a 151ª delegação a desfilar.

Dificuldades pandêmicas

O medo do aumento do contágio levou grande parte da opinião pública japonesa a se manifestar nos últimos meses contra a realização dos Jogos, além da aplicação de restrições mais rígidas para delegações e imprensa. Até o imperador Naruhito admitiu as dificuldades de realizar o evento enquanto o país registra cerca de 2 mil novos casos de covid todos os dias.

"Administrar os Jogos, tomando, ao mesmo tempo, todas as medidas possíveis contra a covid-19, está longe de ser uma tarefa fácil", teria dito ele ao presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, em uma visita do dirigente olímpico ao palácio imperial na quinta-feira (22), de acordo com a agência de notícias Kyodo News.

Depois de lutar, nos últimos meses, para evitar o cancelamento do evento, Bach também admitiu as dificuldades: "Nos últimos 15 meses, tivemos que tomar muitas decisões por motivos muito incertos. Tínhamos dúvidas todos os dias. Temos deliberado e discutido. Foram noites sem dormir", disse o executivo, na abertura da sessão do COI na terça-feira (20).

"O fim do túnel"

"Estamos finalmente vendo o fim do túnel. O cancelamento nunca foi uma opção para nós. O COI nunca abandona seus atletas", acrescentou Bach.

Mas, na manutenção dos Jogos, os interesses econômicos também são mistos. O Japão gastou quase 15,5 bilhões de dólares no evento, com um custo extra de 2,7 bilhões de dólares para o adiamento e as medidas sanitárias implementadas. Os organizadores japoneses não tiveram que enfrentar apenas os problemas derivados da pandemia, mas também vários escândalos que mancharam sua imagem.

Na quinta-feira, o diretor da cerimônia de abertura, Kentaro Kobayashi, foi demitido por uma piada sobre o Holocausto feita há duas décadas. Ele é o quarto dirigente da organização, pelo menos, a ser obrigado a deixar suas funções, devido a vários escândalos desde fevereiro.

No plano esportivo, algumas competições já começaram, como futebol e softbol, e, nesta sexta-feira, o remo. Na quinta-feira (22), Brasil e México estrearam com vitórias no torneio olímpico masculino (4-2 contra a Alemanha, e 4-1, diante da França, respectivamente), enquanto a Espanha não passou do empate sem gols com o Egito, e a Argentina perdeu por 2 a 0 para a Austrália.

 

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