Shein cresce mais que Zara e Louis Vuitton e lidera setor de moda em 2024
Levantamento da GlobalData mostra que marca chinesa foi novamente a maior vencedora do setor de moda

Repórter
Publicado em 24 de março de 2025 às 08h24.
Última atualização em 24 de março de 2025 às 08h24.
Em um ano desafiador para a economia, os consumidores se tornaram mais seletivos sobre onde gastar com roupas. A busca por custo-benefício e estilo confiável beneficiou as grandes marcas — especialmente aquelas que conseguiram responder com agilidade às tendências. Já os pequenos e médios varejistas perderam espaço.
Segundo levantamento da GlobalData, a Shein foi novamente a maior vencedora do setor. A marca chinesa atingiu 1,53% de participação no mercado global de vestuário, um avanço de 0,24 ponto percentual em relação ao ano anterior.
Mesmo sob críticas relacionadas às suas práticas trabalhistas e impactos ambientais, a empresa se manteve na dianteira ao combinar preços extremamente baixos com velocidade de lançamento de tendências.
No mesmo segmento de moda rápida, a Zara também apresentou desempenho positivo, com um leve crescimento de 0,05 ponto percentual, alcançando 1,24% de market share — ainda abaixo da Shein. A varejista se beneficiou de uma cadeia de suprimentos local e da capacidade de atender a diferentes perfis de consumidores.
Já a sua concorrente direta, a H&M, perdeu espaço e ficou com 1,06%, enquanto a japonesa Uniqlo cresceu, alcançando 0,92%, impulsionada por sua estratégia de expansão internacional e percepção de valor agregado.
No setor esportivo, o cenário também foi de crescimento. A Adidas recuperou terreno após um ano difícil, avançando 0,17 ponto percentual e atingindo 1,79% do mercado, graças à popularidade da linha Originals.
New Balance e Skechers também ganharam espaço, apoiadas por calçados confortáveis e colaborações de sucesso.
Em contrapartida, a Nike sofreu o maior revés do ano: sua participação caiu para 2,85%, uma queda de 0,15 ponto percentual, refletindo perda de força em inovação e apelo fashion.
Luxo polarizado: Hermes e Chanel crescem, Gucci encolhe
O mercado de moda de luxo mostrou resultados divergentes. As marcas voltadas ao público de altíssima renda foram as mais resilientes. A Hermès e a Chanel ganharam participação de mercado, com 0,55% e 0,59%, respectivamente, favorecidas por consumidores menos afetados pela crise econômica.
Já marcas que dependem de compradores aspiracionais — que precisam recorrer à poupança para consumir produtos de luxo — sofreram mais.
A Gucci foi a principal afetada nesse grupo. Sua fatia de mercado caiu para 0,38%, com queda de 0,10 ponto percentual, atribuída à menor repercussão das criações de Sabato De Sarno, que deixou o cargo de diretor criativo recentemente.