A experiência é oferecida no aeroporto Songshan, em Taipei (Ann Wang/Reuters)
Guilherme Dearo
Publicado em 3 de julho de 2020 às 16h14.
Última atualização em 3 de julho de 2020 às 20h18.
Que a necessidade é mãe da criatividade todo mundo sabe. Mas o aeroporto de Songshan prova que a segunda também pode nascer do cruzamento das restrições impostas pela covid-19 com um certo tédio. No centro de Taipei, a capital de Taiwan, o terminal passou a oferecer desde ontem, 2, a possibilidade de desfrutar um voo falso.
Você não leu errado. Os interessados são convidados a fazer o check-in, a se submeter aos controles de segurança e imigração, com direito a checagem de passaportes, e a embarcar num Airbus A330 da maior companhia aérea de Taiwan, a China Airlines. Dentro do avião, que nunca decola, encontram aeromoças devidamente paramentadas, que dão orientações gerais e sobre como se prevenir ao novo coronavírus.
Em outras palavras, o programa se resume a enfrentar os procedimentos mais chatos de qualquer viagem. Mas pelo visto a saudade de viajar está falando mais alto. Perto de 7.000 pessoas manifestaram interesse e cerca de 60 participaram do “voo” inaugural.
Taiwan sobreviveu à pandemia sem muitas sequelas graças, em boa medida, ao fechamento de suas fronteiras. Só voos estritamente necessários são recomendados e alguns para o exterior continuam. Mas o número de passageiros caiu quase 64% nos primeiros cinco meses de 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Quase às moscas, o aeroporto Songshan resolveu implementar os voos falsos como uma forma de exaltar melhorias recentes, tiradas do papel durante a quarentena. Novas experiências do tipo estão programadas para as próximas semanas.