Casual

Apresentado por BRADESCO

O que o Japão tem a ensinar sobre inovação e tradição

A cultura nipônica prova que, para estar na vanguarda, também é preciso entender a importância da sua própria história

Osaka, no Japão (iStock/Getty Images)

Osaka, no Japão (iStock/Getty Images)

Osaka

- (iStock/Getty Images)

A lista de tradições japonesas em terras brasileiras é grande. Somente no mês de julho, em São Paulo, foram celebrados três grandes eventos que homenageiam a cultura nipônica: o Festival do Japão, o Tanabata Matsuri e o Concurso Brasileiro de Canção Japonesa. Em agosto, ainda é a vez de os brasileiros pararem para contemplar as cerejeiras em flor, seguindo o costume do Hanami. Todos eles são reflexos de uma forte herança, que extrapola as barreiras geográficas e temporais. Em parceria com o Bradesco, patrocinador dos eventos, buscamos descobrir como um dos países que mais pensam pra frente no mundo mantém tão enraizadas as suas heranças culturais.

O velho e o novo se complementam

Um dos templos xintoístas mais importantes do Japão é o Meiji Jingu. Ele foi erguido em 1920, em homenagem ao Imperador Meiji, que governou o Japão na segunda metade do século 19. Comparado aos cerca de 80 000 templos religiosos do país, o Meiji Jingu é até bem recente. Mas ele tem uma característica interessante: está em Shibuya, uma das regiões mais movimentadas – e moderninhas – de Tóquio. Para visitá-lo, a estação de metrô mais próxima é a Harajuku, que também dá acesso ao ponto mais quente da moda na capital. As ruas lotadas estão constantemente cheias de adolescentes e jovens adultos que se vestem com uma mistura de punk com personagens de animes (desenhos japoneses).

De fato, a maneira como a herança cultural marca a vida cotidiana da população japonesa é singular: faz parte do dia a dia visitar templos, realizar rituais e até vestir trajes típicos. Caminhar em Tóquio é ver, na mesma esquina, moças vestidas de yukata (uma variedade de quimono tradicional), jovens com visuais excêntricos e pessoas de todas as idades com roupas formais, carregando maletas de trabalho em uma mão e bentôs preparados à moda antiga em outra.

Mãe e filho caminham de quimono por Harajuku. Jovens posam para foto exibindo seus looks modernos.

A estação de metrô mais próxima do templo de Meiji Jingu é Harajuku. Centro da moda de Tóquio, o bairro representa bem a diversidade local (Jordi Sanchez Teruel/istolethetv/Flickr/Creative Commons)

Não é que os japoneses estão ligados ao passado. Para eles, essas tradições fazem parte do presente”, diz Francisco Handa, doutor em história social pela Unesp. Descendente de japoneses, Handa também é monge budista no Templo Busshinji, em São Paulo, e foi um dos fundadores do primeiro grupo de estudos dedicados aos haicais (curtos poemas de origem japonesa) no Brasil. Para ele, o fato de o Japão manter os hábitos seculares enquanto transborda vanguarda não é uma contradição, e sim natural. “Essas duas características são parte da mesma coisa. Sem os costumes, o japonês não teria os pés tão firmes no chão e não seria capaz de inovar de forma tão consciente”, resume.

As tradições surpreendem ainda mais por dividirem espaço com a forte vocação para a tecnologia e a inovação.

Um trem-bala para o futuro

Cruzamento em Shibuya, Tóquio

Cruzamento em Shibuya, bairro da capital japonesa (iStock/Getty Images)

A impressão de ter avançado uns bons anos no tempo é comum a quem visita o Japão. Lá você encontra privadas cheias de botões, com funções diversas de controle de temperatura e limpeza; cartões de metrô que, além de darem acesso aos trens, podem ser usados para fazer compras em lojas de conveniência; uma conexão de internet que está entre as cinco mais rápidas do mundo; trens-bala que ultrapassam os 500 quilômetros por hora. Tudo isso ajuda a construir a imagem que temos do país como uma potência econômica.

Não é só imagem, claro. Segundo um ranking publicado pela revista Forbes, das 2000 maiores empresas de capital aberto do mundo, 219 são japonesas. É o terceiro país com o maior número de companhias na lista, depois dos Estados Unidos e da China. Sem contar as instituições financeiras, a maioria das empresas japonesas com valor de mercado mais alto é ligada, em alguma medida, à tecnologia. Lá também foram vendidos os primeiros veículos movidos a célula de hidrogênio, uma energia limpa – o que aponta que, além de modernos, os japoneses também não perdem de vista a sustentabilidade.

Scarlett Johansson em Ghost in the Shell

Scarlett Johansson foi a protagonista do filme Ghost in the Shell (2017), adaptação hollywoodiana do mangá cuja publicação começou em 1989 (Ghost in The Shell/Divulgação)

O hábito de associar o Japão com o futuro teve um empurrãozinho da ficção. Desde os anos 1950, quando o país começava a se reerguer após a Segunda Guerra Mundial, a produção cultural local mostra a capacidade do país de imaginar cenários futurísticos e pós-apocalípticos. Um dos mangás (quadrinhos japoneses) mais famosos da história – que também se tornou um anime cult – é Akira. O primeiro volume saiu em 1982, contando uma história que mistura intrigas políticas e poderes sobrenaturais ambientada em 2019. Akira é um produto cultural tão influente que deve ganhar, em breve, uma versão hollywoodiana, seguindo os passos de Ghost in the Shell, mangá de ficção científica que chegou às telonas numa adaptação americanizada em 2017.

A interminável lista de livros, programas de TV e filmes que pintam um Japão moderno, habitado por robôs, ajudou a moldar a reputação do país. Mas a verdade é que ele nunca deixou de lado o hábito de usar quimonos, banhar-se em águas termais e conectar-se com a espiritualidade.

Para conhecer de verdade

Japão de A a Z

- (Magenta King/Abril Branded Content)

Essas e outras tendências culturais também influenciaram fortemente o Brasil, integrando desde a nossa programação televisiva até a culinária. E não é por menos: com mais de 1,5 milhão de nikkei (japoneses e descendentes) residentes em terras brasileiras, somos o país com a maior população japonesa fora do Japão.

Mas, se o sushi e as imagens dos samurais e das gueixas já fazem parte do nosso imaginário popular, há ainda muito a descobrir e aprender com essa terra. Também em parceria com o Bradesco, Superinteressante publicou um guia de A a Z para apresentar outros grandes ícones nipônicos.

Enquanto nos inspiramos com uma história tão diferente da nossa, devemos lembrar algo que o Japão já sabe há tempos: tecnologia e tradição não são antônimos. Seguir pra frente inclui valorizar nossas raízes culturais.

Acompanhe tudo sobre:JapãoNikkei

Mais de Casual

48 horas em Buenos Aires: onde ficar, comer e comprar

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Quer provar novidades do universo dos cafés? Procure o barista mais próximo

57ª edição do Festival Brasília do Cinema Brasileiro começa com programação gratuita e homenagens