Loja da Rolex dentro do Battersea Power Station em Londres, na Inglaterra: marca tem recorde de vendas em 2023 (Bloomberg/Bloomberg)
Editor de Casual e Especiais
Publicado em 1 de março de 2024 às 12h03.
Última atualização em 4 de março de 2024 às 09h28.
Que 2023 havia sido um ano histórico para a indústria relojoeira, com o melhor resultado de todos os tempos, já se sabia. Agora, o relatório anual feita pelo Morgan Stanley em parceria com a consultoria LuxeConsult traz em detalhes o desempenho das principais manufaturas. E o destaque mais uma vez é a Rolex.
O levantamento aponta o desempenho das 50 principais empresas relojoeiras suíças em 2023. As receitas estimadas da Rolex atingiram 10.010 bilhões de francos suíços, ou 11,4 bilhões de dólares. A Morgan Stanley e a LuxeConsult estimam que a marca vendeu mais de 1,24 milhão de relógios em 2023, cerca de 3% a mais do que no ano anterior.
Já o lucro da marca está estimado em 800 milhões de francos suíços, ou 900 milhões de dólares. O relatório também diz que a manufatura aumentou a produção de modelos em aço inoxidável, como o clássico Submariner, o que reduziu as listas de espera.
Em segundo lugar na lista está a Cartier, com um faturamento estimado de 3 bilhões de francos suíços, contando apenas relógios e não joalheria, com um aumento nas vendas de cerca de 8%. Em terceiro lugar aparece a Omega, com vendas estimadas de 2,6 bilhões de francos suíços em 2023, um aumento de 4% ano.
As quatro principais marcas da indústria relojoeira suíça, Rolex, Cartier, Omega e Audemars Piguet, responderam por mais de 50% das vendas totais. Outro dado do relatório que mostra uma concentração do mercado aponta que as 13 principais marcas foram responsáveis por 75% do market share. E as primeiras 25 marcas representaram 90% do mercado.
O relatório indica que as principais marcas de propriedade privada conhecidas como “Big 4” (Rolex, Patek Philippe, Audemars Piguet e Richard Mille), foram as que tiveram melhor performance, com 44% do mercado. Somente a Rolex manteve uma participação de mercado de 30,3%.
Segundo o estudo, em nenhum outro setor do mercado de luxo uma marca consegue uma posição tão dominante quanto a Rolex. Vale lembrar que a Cartier faz parte do grupo Richemont e Omega, do conglomerado Swatch, listados publicamente.
O Richemont deteve em 2023 uma participação de 18,7% do mercado. Um dos destaques foi a Vacheron Constantin, que entrou no clube do 1 bilhão de francos suíços e manteve a oitava posição no ranking.
Já o grupo Swatch ficou com 19,4% do mercado. A marca Swatch em si tem experimentado um crescimento impressionante nos últimos dois anos devido principalmente ao sucesso do Moonswatch, uma versão do clássico Moonwatch da Omerga. Estima-se que o modelo vendeu mais de 2 milhões de unidades em 2023.
O relatório mostra que as vendas totais estimadas para as 50 principais marcas de relógios suíços em 2023 ficaram em 36 bilhões de francos suíços, com uma recuperação total do baixo nível de 2020 devido à pandemia.
O valor total de varejo do mercado é estimado em cerca de 50 bilhões de francos suíços. Esses números e a evolução das vendas batem com a estimativa da Fédération de l’Industrie Horlogère Suisse, que apontou um crescimento nas exportações de relógios suíços de 7,6% em comparação com 2022. Isso faz de 2023 um ano recorde para a indústria relojoeira suíça.
O estudo do Morgan Stanely aponta ainda que a categoria cresceu em linha com o mercado total de bens de luxo no ano passado, em bom momento. Existe o receio para este ano de uma desaceleração causada por cenários econômicos e geopolíticos.