Obra foi escrita sob o pseudônimo Torquemada (Amazon/Reprodução)
Gabriel Aguiar
Publicado em 4 de janeiro de 2023 às 12h43.
Última atualização em 4 de janeiro de 2023 às 14h02.
É verdade que A Mandíbula de Caim foi publicado pela primeira vez há quase 90 anos, mas o livro de Edward Powys Mathers, editor de palavras cruzadas do jornal inglês The Observer, é considerado um dos maiores mistérios do universo literário – e isso tem motivado o inusitado sucesso no TikTok. Mas a grande ideia por trás da obra é que o próprio leitor precisa encontrar o desfecho da história.
Esse suspense policial retrata seis assassinatos cometidos por seis pessoas diferentes e, quase como um quebra-cabeças, tem 100 páginas encadernadas aleatoriamente que devem ser organizadas para solucionar os casos. Parece simples? Então saiba que existem cerca de 32 milhões de combinações e apenas uma resposta correta. Não por acaso, somente quatro leitores cumpriram essa tarefa.
Em entrevista ao The Washington Post, o especialista e curador do museu inglês Shandy Hall, Patrick Wildgust, explica que os dois primeiros capazes de solucionar a história apareceram ainda na década de 1930, logo após o lançamento: W. S. Kennedy e Saxon Sydney-Turner. Depois disso, em 2016, um idoso (que não teve o nome revelado) guardava as respostas e uma carta de parabéns próprio autor. Por fim, em 2020, foi a vez de John Finnemore, que é comediante e autor de palavras cruzadas.
Essa missão repercutiu nas redes sociais e, em resposta à trend, foram vendidas mais de 60 mil livros em apenas 20 dias. Tamanho sucesso colocou A Mandíbula de Caim como maior sucesso na Amazon, onde tem avaliação 4,7 de 5 dos próprios clientes. E existe um detalhe exclusivo da versão brasileira, lançada pela Editora Intrínseca no último mês de novembro: as páginas da obra são destacáveis.
Para quem quiser acompanhar as tentativas de solucionar o mistério, o TikTok reúne vídeos com 7,4 milhões de visualizações relacionadas ao assunto e diferentes influenciadores dedicados ao livro de Edward Powys Mathers, como é o caso de Tiago Valente e de Giulia Ribeiro – que formou até grupos no Telegram para reunir fãs da história e também compartilhar as experiências de investigação.