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Fim das lojas de departamentos no Reino Unido? Saiba o destino da Debenhams

A pandemia do coronavírus, as medidas restritivas ao comércio e o crescimento das vendas online aceleraram a derrocada da loja de departamentos Debenhams, no Reino Unido

Mais de 12 mil funcionários perderão seus cargos com o fechamento da loja de departamento Debenhams. (Oli Scarff/AFP)

Mais de 12 mil funcionários perderão seus cargos com o fechamento da loja de departamento Debenhams. (Oli Scarff/AFP)

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Julia Storch

Publicado em 25 de janeiro de 2021 às 10h54.

As lojas de departamento Debenhams estão prestes a fechar suas portas no Reino Unido com milhares de demissões, enquanto o grupo de roupas online Boohoo anunciou a aquisição apenas do site e da marca.

A Boohoo vai adquirir por 55 milhões de libras esterlinas a "propriedade intelectual", incluindo dados de clientes, a marca e outras informações, como contratos, segundo comunicado da empresa.

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Em comunicado à parte, os diretores da Debenhams afirmam que "a liquidação dos estoques continuará nas lojas por várias semanas até que se esgotem e o valor dessas vendas será revertido aos credores. Infelizmente, todas as lojas no Reino Unido fecharão suas portas".

Uma fonte próxima ao grupo informou à AFP que as lojas Debenhams serão reabertas após a confinamento atual no Reino Unido para liquidar os estoques, e então fecharão permanentemente, o que resultará na perda dos empregos para seus 12 mil funcionários.

A pandemia do coronavírus e os múltiplos confinamentos e medidas restritivas ao comércio e à atividade aceleraram a queda desta instituição do comércio britânica, que já atravessa dificuldades antes, em face da ascensão do comércio online e das mudanças nos padrões de consumo.

Na semana passada, Debenhams já havia anunciado que 6 de suas 124 lojas, incluindo a principal na Oxford Street, em Londres, seriam fechadas. "Debenhams é uma das empresas de moda e beleza mais conhecidas do Reino Unido com uma longa história", incluindo "cerca de 300 milhões de visitas ao seu site", argumentou Boohoo, que quer expandir seu público-alvo, por enquanto principalmente mulheres jovens.

"Nossa ambição é criar a maior loja do Reino Unido. Nossa aquisição da Debenhams é de importância estratégica e nos permitirá acelerar esse objetivo de nos tornarmos o número um não só em e-commerce de moda, mas em novas categorias como beleza, esportes e casa", disse Mahmud Kamani, presidente executivo da Boohoo, citado no comunicado.

Debenhams deve relançar sua plataforma online no primeiro trimestre de 2022, segundo Boohoo, cujo nome foi associado nos últimos meses a acusações de condições de trabalho abusivas para seus funcionários. "Claramente, este é um golpe para as pessoas que estavam esperando por notícias para seu futuro", disse a ministra do Trabalho e Pensões, Therese Coffey, à rádio BBC, acrescentando que seu ministério estaria "lá para ajudar as pessoas neste momento difícil".

A rede de lojas de departamentos pediu concordata em abril e anunciou em dezembro que iniciaria um processo de liquidação após o término das negociações para uma aquisição pela cadeia de artigos esportivos JD Sports. Era uma das últimas redes de lojas de departamentos ainda em funcionamento, após uma série de falências nos últimos anos, como a BHS ou a House of Fraser.

Com o provável desaparecimento dessa rede, cujas origens remontam ao final do século XVIII, uma página da história do comércio britânico se fechará. O grupo britânico Frasers, do empresário Mike Ashley, continua concorrendo para comprar certas atividades do grupo, em particular parte de suas lojas, mas elas não reabririam sob a bandeira Debenhams.

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