Frank Cho não é mais capista dos quadrinhos da Mulher-Maravilha.

O artista norte-americano de 44 anos havia sido chamado pela DC Comics para trabalhar em 24 capas variantes para a revista bimensal da super-heroína, das quais ele realizou seis. Entretanto, segundo Cho, o roteirista Greg Rucka, 46, chamou de "vulgar" uma das capas e disse que "mostra muita pele" da personagem.

Em depoimento ao Bleeding Cool, o artista disse que, exceto Rucka, "TODOS amam" sua arte para Wonder Woman e querem que ele permaneça na revista – menos o roteirista, que teria "alterado" e "censurado" seu trabalho.

Cho argumentou ao BC que a quantidade de pele que a Mulher-Maravilha mostra na capa em questão é a mesma presente no miolo da revista, e além disso, por se tratar de uma capa variante e não a oficial, Rucka não deveria ter controle sobre ela. O desenhista disse que as observações do colega foram "incompreensíveis".

"Eu tentei levar tudo numa boa, não causar encrenca e dar meu melhor nas capas, mas a agenda política esquisita de Greg contra mim e minha arte tornou o trabalho impossível", disse. "Wonder Woman é a ÚNICA razão pela qual eu vim para a DC."

"Eu só queria fazer minhas capas variantes em paz, mas Greg Rucka está decidido a controlar tudo hostilmente, causando discordâncias desnecessárias."

O roteirista declinou o pedido do BC para comentar o caso.

A comunidade dos quadrinhos dos Estados Unidos ficou agitada com a novidade. No Twitter, vários posicionaram-se a favor de Cho, com a #teamcho, ou de Rucka, com #teamrucka – veja aqui.

O desenhista já foi criticado várias vezes pelo modo que retrata personagens femininas. Em 2015, por exemplo, uma capa que ele fez para Spider-Gwen, da Marvel, causou controvérsia por mostrar a personagem em uma pose altamente erotizada.

Você pode ver outras capas de Cho para Wonder Woman aqui – há uma comparação da versão finalizada e da original.