A estratégia por trás do lançamento do novo Disney+ voltado para a América Latina
O super streaming une, pela primeira vez, conteúdos Disney, Pixar, Marvel, Star+, Star Wars e National Geographic, com atrações esportivas e ao vivo da ESPN
Repórter de Lifestyle
Publicado em 27 de junho de 2024 às 14h32.
Última atualização em 27 de junho de 2024 às 14h59.
Desde a última quinta-feira, 26, entrou no ar o novo Disney+ na América Latina. O super streaming une, pela primeira vez, conteúdos Disney, Pixar, Marvel, Star+, Star Wars e National Geographic, com atrações esportivas e ao vivo da ESPN. Essa modelagem, focada em conteúdos de esporte, foi pensada exclusivamente para a região, como explica Danilo Campos, diretor de marketing de streaming na Disney Brasil, em entrevista à Casual EXAME.
A Disney+ anunciou recentemente que atingiu a marca de 203,8 milhões de assinantes globalmente. Esse número reflete o sucesso da plataforma em captar a atenção de usuários em todo o mundo, mas ao mesmo tempo a empresa enfrenta desafios com prejuízos operacionais na divisão de streaming, que afetam a companhia como um todo.
Na América Latina, embora a empresa não divulgue números regionais específicos, a expectativa de crescimento é alta com a nova configuração. "Esse movimento reflete a nossa intenção de oferecer uma proposta de valor única, atendendo a um público diversificado com grande interesse em esportes e entretenimento", diz Danilo Campos.
O novo Disney+ oferece mais de 700 eventos esportivos por mês, com transmissão ao vivo de competições de futebol, basquete, tênis, entre outros esportes populares. Além disso, a plataforma traz produções locais e internacionais, como séries consagradas e novas produções brasileiras.
Com a nova plataforma, os preços de assinatura também mudam, para mais. Aqui você confere como ficam os valores. Tudo isso para enfrentar diversos desafios, incluindo o compartilhamento de senhas. Danilo Campos conta mais sobre a estratégia da empresa para crescer e melhorar os números operacionais. Veja os principais trechos da entrevista.
O que mudou exatamente para os assinantes do Star+ e do Disney+ com essa integração?
Estamos tratando como um relançamento, um novo Disney+ que agora integra todo o conteúdo que já existia, incluindo Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic, com conteúdo voltados para um público mais adulto, com filmes, séries e documentários, conteúdos do FX, 21st Century, entre outros. Além disso, incluímos a oferta da ESPN, com uma vasta gama de conteúdo esportivo. É a primeira vez no mundo que a Disney faz isso, unindo esportes e entretenimento geral em uma só plataforma, exclusivamente na América Latina.
Por que essa mudança está sendo implementada apenas na América Latina?
Em outras regiões, como Europa, já existe uma integração do conteúdo de Star+ com o Disney+, mas sem a inclusão dos esportes. Nos Estados Unidos, a ESPN é oferecida separadamente. Decidimos fazer isso aqui devido à demanda e ao interesse do público latino-americano por esportes, especialmente futebol. Esse movimento reflete a nossa intenção de oferecer uma proposta de valor única, atendendo a um público diversificado com grande interesse em esportes e entretenimento.
A usabilidade das antigas plataformas era diferente. Como ficou após a integração dos conteúdos?
A ideia central é facilitar a vida do assinante. Nosso motor de recomendação agora utiliza dados de consumo para sugerir conteúdos relevantes, ajudando os assinantes a descobrirem novas histórias. Fizemos melhorias na interface, adicionando novas caixas de conteúdo para Disney+ e Star+. Continuaremos a investir em tecnologia para aprimorar a usabilidade, garantindo que nossos usuários encontrem facilmente o que desejam assistir.
O mercado de streaming em todo o mundo é muito competitivo, em especial no Brasil. Quais são os principais desafios do Disney+?
A competição acirrada é um grande desafio. Precisamos garantir que nossa proposta de valor se destaque, oferecendo uma combinação única de conteúdos Disney, Star e ESPN. Reconhecemos a realidade socioeconômica da região e, por isso, estamos introduzindo novos planos para atender diferentes interesses e capacidades financeiras. Nosso objetivo é continuar crescendo no mercado brasileiro, oferecendo sempre algo incrível para assistir.
Muitos streamings estão mudando a política de compartilhamento de senhas, colocar valores adicionais, por exemplo. Como o Disney+ vê a questão e impacta o negócio?
O compartilhamento de senhas é um desafio recorrente. Nosso presidente, Bob Iger, anunciou recentemente que vamos abordar esse tema em breve nos debates internos. Embora ainda não tenhamos um plano ou data específica, sabemos que será uma realidade a ser tratada. Nossa prioridade é garantir que nossa oferta de conteúdo seja valorizada e acessível de forma justa para todos os assinantes.