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A Audemars Piguet é (cada vez mais) pop

A marca faz parte do chamado Big Three, as três relojoarias suíças mais tradicionais, mas faz barulho com a nova família Code 11.59 e modelos coloridos e mais esportivos

Audemars Piguet Code 11.59: família lançada em 2019 (Audemars Piguet/Divulgação)

Audemars Piguet Code 11.59: família lançada em 2019 (Audemars Piguet/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 22 de março de 2021 às 14h23.

Última atualização em 26 de março de 2021 às 12h34.

A Audemars Piguet preparou um evento de lançamento por vídeo-conferência de seus novos relógios na semana passada. Um evento, não. Quase um show, muito divertido, com o CEO da marca, o francês François-Henry Bennahmias, muito inspirado, fazendo piadas, de óculos escuros (por causa de uma cirurgia recente, segundo ele).

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Entre os lançamentos estavam cronógrafos de inspiração esportiva com certo ar vintage da linha Code 11.59, relógios de mergulho da família Royal Oak Offshore com mostrador verde e azul, cronógrafos automáticos Royal Oak também com fundo verde, entre outros. No total, foram 16 novos modelos apresentados.

Lançamentos com formato dinâmico de apresentação, relógios cronógrafos esportivos, cores chamativas, modelos de mergulho... nada tão diferente de outras manufaturas suíças, que tentam conciliar a herança das empresas com o apelo certo pra novos mercados e outros consumidores, certo?

Nem tanto. Com a Audemars Piguet, inovações têm um peso maior. Para os apreciadores da alta relojoaria em geral existem algumas dezenas de manufaturas de alta qualidade, em movimentos e em design, como opção na hora da compra. E existe o chamado Big Three, ou a Santíssima Trindade dos relógios suíços, formada por Audemars Piguet, Vacheron Constantin e Patek Philippe.

Por que essa diferença? Basicamente porque estamos falando aqui de três fabricantes centenárias, que nunca deixaram de produzir peças mesmo durante as duas guerras mundiais e têm por costume fornecer calibres para outras relojoarias. Talvez a razão principal, no entanto, é a de que essas três marcas sempre se mantiveram no segmento de luxo, mais focadas em qualidade do que em volume.

Fundada em 1875, a Audemars Piguet, no entanto, deu o que se pode chamar de guinada dois anos atrás, ao lançar uma nova linha, a Code 11.59. Uma nova linha, bom ressaltar, não é uma variação de um modelo que já existe, uma versão, um lifting. Estamos falando aqui de desenvolvimento de novas caixas, novos movimentos, nova comunicação voltada para novos clientes. É um trabalho estratégico que leva anos e que mexe com o DNA de uma manufatura.

A Code 11.59 levou cinco anos para ser finalizada e aponta para onde a Audemars Piguet quer estar no futuro, em compasso com as novas gerações dentro de um conceito mais amplo de alta relojoaria. A caixa dos modelos da linha tem 41 milímetros, para ser usado tanto por mulheres como por homens e um formato inovador intermediário entre circular e octogonal. Para o CEO, “é o lançamento mais importante da marca desde 1972”, quando foi apresentado o Royal Oak.

Agora, os dois novos modelos Code 11.59 Selfwinding Chronograph apresentados no evento da semana passada vêm em ouro branco ou rosa de 18 quilates com cerâmica preta. O mostrador laqueado é cinza fumê e a pulseira é revestida de borracha preta – o material é um sinal bastante evidente desse aceno para novos consumidores.

O mais recente Royal Oak Offshore Diver de aço inoxidável vem com mostrador cáqui, azul e cinza, com uma nova estética de mostrador. Vem com pulseiras intercambiáveis e um novo movimento, o calibre 4308. Segundo a marca, “são modelos adequados para aventuras selvagens, dentro e fora d'água.

Entre as novidades destaca-se também o cronógrafo Autowinding de 43 milímetros. É parte da primeira grande reformulação da coleção Royal Oak Offshore, com cinco modelos lapidados em aço inoxidável, ouro rosa 18 quilates e titânio. Embora mantendo a essência das características originais do Royal Oak Offshore, o design da caixa e do mostrador evoluiu em termos de ergonomia. E também vem com um novo sistema de pulseiras intercambiáveis. Coisa de jovens.

A Audemars Piguet é controlada pela família fundadora. Não tem loja própria no Brasil e os modelos são vendidos aqui na Frattina. Os preços não foram revelados, mas a título de comparação, vale lembrar que o Code 11.59 Selfwinding anterior, em outro branco, custa lá fora em torno de 27.000 francos suíços.

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