Diogo Arrais, professor de português: Apesar de os casos de hifenização apresentarem muita confusão para o usuário da Língua Portuguesa, há normas que podem ajudar (Getty Images/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 9 de agosto de 2023 às 08h00.
Por Diogo Arrais, professor de português (@diogoarrais)
Contracheque ou contra-cheque? Além da resposta, é interessante conhecer o porquê da presença ou ausência do bendito hífen.
Apesar de os casos de hifenização apresentarem muita confusão para o usuário da Língua Portuguesa, há um caso normativo que me chama a atenção: com prefixos dissílabos. Por que “autoescola” e “seminovo” são grafados sem o uso do sinal, mas “auto-hipnótico” e “semi-internato” grafados assim?
Em se tratando de prefixos, jamais haverá uso de “espaço”, pelo fato de o elemento ser parte do vocábulo. Como clássicos exemplos, veem-se os inadequados registros “semi novo”, “super alimentação”, “super promoção”. Com prefixos, só há duas opções: uso ou não uso de hífen.
Sugere-se o uso do seguinte processo, para a hifenização: “letras idênticas ou –h”. Só existirá hífen se a última letra do prefixo dissílabo for idêntica à primeira letra do radical ou se o radical iniciar-se por H.
Por isso, palavras como “anti-inflamatório”, “anti-hipnótico”, “contra-almirante”, “intra-arterial”, “intra-hepático”, “super-homem” são grafadas com uso de hífen.
Em contrapartida (e por não se enquadrarem ao processo das letras idênticas ou –h), “antiabortivo”, “autoescola”, “autorretrato”, “contrarregra”, “seminovo”, “superalimentação”, “superpromoção” são exemplos de termos (derivados prefixalmente) sem o uso de hífen.
Por isso, saibamos: é contracheque!
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