Quais são as tarefas mais chatas de um escritório que já estão sendo tocadas pelo ChatGPT
A chamada IA generativa já está ajudando a acelerar tarefas banais que costumam desanimar os funcionários mais novos de Wall Street
Agência de notícias
Publicado em 31 de maio de 2023 às 13h51.
Última atualização em 1 de junho de 2023 às 16h46.
A recente euforia com inteligência artificial alimenta uma disparada de ações de tecnologia e apostas de que uma nova era de inovação se aproxima.
Mas para os gestores de recursos que buscam avanços da computação para obter vantagens competitivas nos investimentos, a era do ChatGPT por enquanto trouxe uma promessa menos grandiosa: automatizar as tarefas chatas.
Quais são as tarefas
A chamada IA generativa já está ajudando a acelerar tarefas banais que costumam desanimar os funcionários mais novos de Wall Street.
Elas vão desde revisar pilhas de pesquisa de mercado até escrever código de programação básico ou resumir o desempenho de um fundo.
Pode ser que os chatbots um dia ajudem a gerar ganhos de eficiência significativos e desempenhar tarefas que são mais gratificantes para humanos, possivelmente às custas de empregos. Mas ainda é cedo.
Na Campbell, que administra fundos quantitativos, especialistas passaram meses experimentando o uso da tecnologia por trás do ChatGPT para fazer resumos de pesquisas internas e gerar código. Mas as ferramentas de IA generativa ainda não se mostraram um diferencial nos métodos de investimento do dia-a-dia.
"É muito útil para completar código, editar, localizar erros e corrigir bugs", disse Kevin Cole, CEO da Campbell. "Nosso modelo manteria os humanos — seria um assistente para os humanos, ajudando a tornar seu trabalho mais eficiente."
Para que Wall Street já usa ChatGPT
A inteligência artificial em Wall Street é um campo amplo, que inclui:
- Desde algoritmos de aprendizado de máquina para calcular riscos de crédito
- Até ferramentas de processamento de linguagem natural que selecionam notícias para as mesas de operações.
A IA generativa, que virou moda com o chatbot da OpenAI, pode seguir instruções e criar novos textos, imagens ou outro conteúdo após ser treinada com um número grande de exemplos.
Surgiu então a ideia de que, se a máquina ler o suficiente sobre finanças, poderia precificar uma opção de forma plausível, construir um portfólio ou analisar notícias corporativas.
À medida que os hedge funds experimentam as mais recentes versões dessas ferramentas, o objetivo final é melhorar o desempenho do investimento. Mas por enquanto, aumentar a produtividade — acelerando a codificação, pesquisa e comunicação com o cliente — é o benefício mais óbvio.
Quem aposta na tecnologia
É por isso que gente como o bilionário Ken Griffin, da Citadel, disse em março que a gigante de investimentos e formadora de mercados global está negociando uma licença de uso do ChatGPT para toda a empresa, apostando que automatizará uma “enorme quantidade de trabalho”.
No Man Group, um dos maiores hedge funds do mundo, o diretor de investimentos Rob Furdak diz que o ChatGPT pode acelerar as partes preliminares da pesquisa, revisando uma pilha de trabalhos acadêmicos sobre um tópico específico e detectando padrões básicos em conjuntos de dados.
"Grande parte do processo de pesquisa é limpar os dados, mapeá-los e depois fazer uma análise preliminar", disse. "O ChatGPT poderia dizer ‘essa é uma hipótese interessante, mas aqui estão outras hipóteses que você pode querer investigar também.’"