Empresas adotam mudanças no ambiente de trabalho que podem levar funcionários a sair voluntariamente, muitas vezes visando redução de custos e reestruturações. (Pattanaphong Khuankaew / EyeEm/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 20h36.
Empregadores sabem que o sucesso de uma organização depende da capacidade de atrair e reter bons profissionais. No entanto, em alguns casos, a saída voluntária de certos funcionários pode ser vantajosa, mesmo daqueles que não são considerados de baixo desempenho.
Segundo a CNN, essa prática ocorre porque demissões voluntárias representam economia para a empresa, evitando custos com rescisões, benefícios contínuos e suporte para recolocação.
Além disso, essas decisões muitas vezes estão alinhadas a estratégias organizacionais para reduzir custos operacionais, otimizar equipes ou adaptar-se a mudanças de mercado, como avanços em inteligência artificial ou queda na demanda por certos produtos.
Empresas que abandonam modelos híbridos ou remotos em favor do retorno integral ao escritório enfrentam frequentemente saídas voluntárias. Embora a intenção oficial seja reforçar a colaboração ou aumentar a produtividade, muitas vezes a mudança resulta em uma “peneira” natural.
Líderes podem adotar táticas que tornam o trabalho menos atrativo, como exclusão de projetos importantes, aumento no controle sobre as tarefas ou comunicação de que o papel do funcionário não é adequado para ele. Outras estratégias incluem avaliações de desempenho desfavoráveis, ausência de aumentos ou bônus, e promoções de colegas menos experientes.
Em algumas situações, gestores utilizam PIPs não como ferramentas de apoio, mas como mecanismos para forçar saídas. Isso cria um registro negativo no histórico do funcionário, tornando o ambiente insustentável.
Embora essas estratégias possam parecer vantajosas no curto prazo, especialistas alertam sobre os impactos negativos no longo prazo. Culturas organizacionais que empurram funcionários para sair podem enviar mensagens desmotivadoras para os demais colaboradores, afetando o engajamento e a retenção.
Além disso, os primeiros a sair geralmente são os profissionais mais qualificados, que têm mais opções no mercado de trabalho. Isso pode levar a uma queda na produtividade, desorganização nas equipes e uma reputação negativa da empresa como empregadora.
Uma solução recomendada por especialistas é oferecer pacotes de rescisão voluntária, mesmo que menos generosos do que os disponíveis em demissões forçadas. Esses pacotes permitem que os funcionários escolham sair em termos favoráveis, preservando o moral e a reputação da empresa.
Além disso, uma abordagem transparente, onde líderes comunicam diretamente as intenções de reestruturação, pode evitar danos à cultura organizacional e garantir que as saídas sejam planejadas e bem gerenciadas.
A legislação trabalhista dos EUA, em sua maioria, permite que empregadores adotem essas práticas, desde que não violem leis contra discriminação ou contratos de trabalho. Em estados com emprego "at-will", empresas podem dispensar funcionários sem justificativa formal, desde que não seja por motivos relacionados a idade, gênero, raça ou outras categorias protegidas.
Caso você perceba que está sendo pressionado a sair, há algumas estratégias que podem ajudar:
Em situações como essas, uma abordagem estratégica pode ajudar a proteger sua carreira enquanto você define seus próximos passos.