'Nunca pedem por feedback': psicólogo revela como as pessoas mais bem-sucedidas do mundo aprendem
Psicólogo organizacional revela pedido "muito mais eficiente" que feedbacks

Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 13h22.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2025 às 13h58.
Pedir feedback de alguém geralmente leva a dois lugares diferentes.
Você pode, efetivamente, receber conselhos valiosos ou a outra pessoa pode ficar pisando em ovos e não oferecer nada de valor. Adam Grant, psicólogo renomado da Universidade de Wharton, diz que essa última é "mais comum do que você imagina."
Mas, para Grant, há uma tática bem simples para contornar situações como esta -- e ela é amplamente utilizada por pessoas bem-sucedidas.
"Ao invés de pedir feedback, peça por conselhos."
Diferença palpável
O raciocínio por trás dessa mudança é simples, mas poderoso: ao pedir feedback, as respostas tendem a ser genéricas, muitas vezes para preservar o ego do interlocutor. Já ao solicitar conselhos, o foco se desloca para soluções concretas e sugestões acionáveis.
Essa teoria foi comprovada por um estudo de Harvard, realizado em 2019.
Pesquisadores pediram a 200 participantes que avaliassem uma carta de apresentação para uma vaga de tutor. O grupo que recebeu a tarefa de dar feedback ofereceu comentários vagos e pouco críticos. Em contraste, os participantes orientados a dar conselhos apresentaram 34% mais sugestões de áreas para melhoria e 56% mais ideias de como aprimorar o documento.
Além disso, um estudo da plataforma de comunicação corporativa Textio, que analisou mais de 23 mil avaliações de desempenho em 250 empresas dos EUA, revelou um padrão preocupante: mulheres e profissionais de alta performance tendem a receber feedbacks menos úteis. Enquanto os primeiros recebem avaliações mais focadas em traços de personalidade do que em resultados concretos, os segundos enfrentam comentários superficiais, insuficientes para impulsionar o crescimento profissional.
Psicologia do feedback
Essa distinção é central para profissionais em posições de liderança, que muitas vezes se veem cercados por feedbacks superficiais devido ao próprio status hierárquico.
Grant explica que o feedback costuma gerar dois tipos de respostas: o modo “cheerleader”, que motiva e cita apenas pontos positivos, mas não traz novos aprendizados. O outro é o modo “crítico”, que pode ser instrutivo, mas desmotivador. O pedido de conselhos, por outro lado, cria um espaço de diálogo mais equilibrado e construtivo.
Para líderes e gestores, isso levanta um alerta: a maneira como se pede (e oferece) orientações pode ser o fator decisivo para o desenvolvimento da equipe.
“Pedir conselhos permite que você continue aprendendo, se desenvolvendo e conquistando oportunidades maiores”, afirma Kieran Snyder, cofundadora da Textio, à CNBC. Ela recomenda fazer o pedido com antecedência, dando tempo para que o avaliador reflita sobre pontos específicos de melhoria.
Um exemplo prático? Em vez de perguntar “O que você achou do meu trabalho?”, experimente algo mais direcionado: “na nossa reunião da próxima semana, gostaria de conversar sobre alguns projetos específicos que desenvolvi e entender, se eu estivesse atuando em um nível mais avançado, o que poderia estar fazendo de forma diferente.”
Esse tipo de abordagem não apenas demonstra proatividade, mas também sinaliza um compromisso real com o próprio desenvolvimento.
Mentalidade de líderes
Para líderes, essa mudança de mentalidade é fundamental.
Pedir conselhos em vez de feedback transforma conversas comuns em verdadeiras sessões de mentoria, criando um ambiente propício para o crescimento contínuo — tanto para quem lidera quanto para quem é liderado.
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