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Mulheres no futebol? Universidade de Liverpool tem bolsa integral para MBA

O programa vai formar profissionais capazes de atuar na gestão de clubes e organizações focadas no futebol. Inscrições vão até dia 31!

Copa do Mundo: a universidade quer ampliar a presença de mulheres no futebol (Jean-Paul Pelissier/Reuters)

Copa do Mundo: a universidade quer ampliar a presença de mulheres no futebol (Jean-Paul Pelissier/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2019 às 05h55.

Última atualização em 14 de junho de 2019 às 05h55.

A Universidade de Liverpool está oferecendo duas bolsas integrais para mulheres para seu programa de MBA em Football Industries.

O programa é voltado para formar profissionais capazes de atuar na gestão e administração de clubes e outras organizações focadas no futebol, e as bolsas, segundo a universidade, visam ampliar a presença de mulheres no futebol — não só dentro do campo. As inscrições vão até 31 de julho.

A bolsa cobre integralmente os custos de "tuition" do programa, que variam de £16.500 a £23.500 (de R$ 80.900 a R$ 115.250, aproximadamente). No entanto, as bolsistas ainda precisarão arcar com as despesas de passagem aérea e com o custo de vida na cidade de Liverpool durante a duração do programa.

Sobre o programa

Fundado em 1997, o Football Industries MBA (ou FIMBA) é o único MBA focado em futebol, segundo a universidade. Além das disciplinas tradicionais de um MBA, ele também inclui cursos sobre economia, marketing e governança focados no futebol. Seus ex-alunos trabalham em clubes, mídia especializada, agências reguladoras e empresas voltadas para futebol na Europa, Ásia, África e América.

A brasileira Camila Cunha está cursando o programa atualmente e deve concluí-lo em setembro de 2019. Segundo ela, o programa pode ser feito em um ano (estudando em tempo integral) ou em dois anos (estudando em meio-período). Nos últimos três meses, o aluno pode optar por fazer uma dissertação ou um work-based project (projeto com base em trabalho). Ela optou pela segunda opção e atualmente estagia na Liga Portugal, a liga portuguesa de futebol profissional.

“Eu gosto de esporte desde adolescente, desde 10, 12 anos, todo mundo em casa gosta, e desde então eu já tinha a ideia de que queria trabalhar com isso”, conta.

Ela concluiu a graduação em administração e passou 7 anos trabalhando na Bayer, “mas nunca tirei da cabeça que precisaria fazer essa transição”.

Então há cerca de 3 anos ela fez MBA em negócios do esporte na ESPM, em São Paulo. “E isso me preparou para essa mudança de carreira e de país.

Como já tinha feito um MBA, Camila pode fazer o curso como uma pós-graduação e cursar apenas as aulas focadas em futebol (a bolsa, contudo, é apenas para mulheres que queiram cursar o MBA).

Essas aulas abordam o direito aplicado ao futebol, e temas de marketing e estratégia de negócios para futebol. Para ela, aa parte mais legal são as aulas de “analytics”, ou análise de dados aplicada ao mercado de futebol, “porque é algo meio revolucionário para a indústria”.

Além das aulas, toda semana os alunos têm palestras e almoços com pessoas da indústria, oferecendo possibilidades de networking. “Como é um mercado ainda muito restrito, conhecer pessoas é importante para entrar na indústria e se movimentar”, considera.

Mulheres no futebol

Camila é a única mulher de sua turma de 23 pessoas no curso. “Eu já esperava que fosse fazer parte de um grupo minoritário, mas não esperava ser a única, porque em outros cursos que eu fiz no Brasil, sempre tinha mais uma ou duas”, conta.

Ser a única mulher da sala acrescentava outra dificuldade à experiência de mudar de país e de indústria. “Por mais que eu tenha me enturmado, é natural que você sinta falta de ter outra mulher ali, então você precisa sair da sua zona de conforto”, considera.

Mesmo assim, ela não vê essa dificuldade como algo que deva deixar as outras mulheres com muito receio de se candidatar à oportunidade. Ampliar a participação de mulheres no futebol, na visão dela, deve amenizar esse problema no futuro.

Ela recomenda a moças que estejam interessadas na bolsa e queiram ampliar a presença de mulheres no futebol que conversem com outras brasileiras que já tenham feito o curso, para entender melhor o que ele tem a oferecer. “O primeiro passo é entrar em contato com as pessoas, trocar ideia e entender melhor como foi a experiência delas, para tirar o bloqueio de ir para um mercado que ainda é tão masculino”, diz.

Como se candidatar

Para concorrer à bolsa para MBA em Football industries da Universidade de Liverpool, que visa ampliar a participação de mulheres no futebol, é necessário já ter concluído a graduação e ter pelo menos dois anos de experiência profissional. Mulheres sem graduação mas com mais de cinco anos de experiência profissional também podem se candidatar.

O processo de candidatura ao MBA pode ser feito online, por meio deste link, e não é necessário se candidatar separadamente à bolsa. Como parte do processo, serão solicitados os seguintes documentos:

  • Histórico acadêmico
  • Diploma da graduação
  • Comprovante de proficiência em inglês
  • Personal statement
  • Duas cartas de recomendação; uma de um professor da universidade, outra do atual empregador, em papel timbrado, assinadas e datadas;
  • CV atualizado.

De acordo com Camila, uma dica para o application é deixar claro “por que o curso é interessante e importante pro seu momento de carreira, e o que você pode oferecer para a universidade também”. As inscrições podem ser feitas até o dia 31 de julho. As aulas começam em meados de setembro.

Este artigo foi originalmente publicado pelo Estudar Fora, portal da Fundação Estudar.

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