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McDonald's é alvo de ação na Justiça do Reino Unido por assédio, com denúncia de 700 empregados

Processo coletivo foi lançado após reportagem da rede BBC com depoimentos sobre homofobia, racismo e até assédio sexual. Na ocasião, diretor-geral pediu desculpas por 'falhas claras'

Funcionários do McDonald's denunciam más condições de trabalho e assédio moral no Reino Unido (AFP)

Funcionários do McDonald's denunciam más condições de trabalho e assédio moral no Reino Unido (AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 7 de janeiro de 2025 às 17h06.

Última atualização em 7 de janeiro de 2025 às 17h21.

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Mais de 700 funcionários da rede de restaurantes de fast-food McDonald's aderiram a uma ação coletiva de assédio moral contra o grupo americano no Reino Unido, informou o escritório de advocacia que os representa nesta terça-feira, um ano e meio após uma investigação da BBC sobre o assunto.

Esses trabalhadores descreveram experiências de discriminação, particularmente relacionadas à deficiência, mas também casos de homofobia, racismo e até assédio sexual, conforme comunicado do escritório de advocacia Leigh Day. De acordo com o escritório, mais de 450 restaurantes no Reino Unido estariam envolvidos.

A rede de fast-food conta com mais de 170 mil funcionários no país, a maioria dos quais é muito jovem, incluindo adolescentes.

Ação coletiva e falhas de proteção

Essa ação coletiva foi iniciada após uma investigação da BBC em julho de 2023, que revelou depoimentos chocantes de trabalhadores. O diretor-geral do McDonald's no Reino Unido e na Irlanda, Alistair Macrow, pediu desculpas na época por “falhas claras” na proteção dos funcionários.

Macrow também reconheceu que a empresa enfrentava “uma ou duas” denúncias de assédio sexual por semana. Ele seria ouvido nesta terça-feira em uma audiência no legislativo britânico, como parte das discussões sobre um projeto de lei para reformar a legislação trabalhista do país.

Depoimentos revelam discriminação

“Eu tive de lidar com comentários homofóbicos de gerentes e membros da equipe”, declarou um ex-funcionário que tinha 19 anos na época do incidente. “Meu chefe me disse que, se eu não conseguisse lidar com isso, deveria deixar meu emprego”, acrescentou.

Outro caso, citado pela BBC, envolveu um funcionário que foi assediado por conta de uma deficiência mental e de um problema ocular, sendo forçado a abandonar seu trabalho.

Resposta da empresa

“Qualquer incidente de má conduta e assédio é inaceitável e está sujeito a ações rápidas e completas”, afirmou um porta-voz do McDonald's nesta terça-feira. Ele também destacou a implementação de um sistema online que permite que funcionários relatem casos de assédio com total confidencialidade.

“Estamos confiantes de que estamos tomando medidas significativas e importantes para abordar um comportamento inaceitável que todas as organizações enfrentam. Sabemos que devemos estar constantemente vigilantes”, completou o porta-voz.

Casos anteriores

O gigante do fast-food já havia sido alvo de denúncias em 2019, quando o Sindicato dos Trabalhadores de Panificação e Alimentação (BFAWU) revelou que mais de mil funcionárias alegaram terem sido vítimas de assédio sexual e maus-tratos no local de trabalho.

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