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4 perguntas para fazer antes de negociar salário numa crise

Negociar o seu salário em tempos de crise parece assustador. Mas não precisa ser: basta fazer as perguntas certas antes de chamar o chefe para a grande conversa

Crise: se a empresa vai mal, você precisará de ainda mais argumentos para convencê-la de que merece um aumento (Thinkstock/Wavebreakmedia Ltd)

Claudia Gasparini

Publicado em 16 de abril de 2015 às 15h08.

São Paulo - Em tempos de crise econômica , reestruturações e demissões cada vez mais frequentes, conversar sobre aumento de salário com o chefe parece uma ideia perigosa.

Mas não há motivo para ter medo do assunto, segundo João Xavier, diretor geral da Ricardo Xavier Recursos Humanos.

“Ninguém está colocando o emprego em risco simplesmente por querer discutir a própria remuneração ”, garante ele.

Para não azedar a relação com o seu empregador, a conversa deve ser conduzida de forma estratégica, claro - e isso a qualquer tempo. Se o momento econômico é difícil, a cautela é ainda mais bem-vinda.

De acordo com Xavier, o profissional deve dosar o seu grau de “agressividade” com base em dois indicadores: a situação financeira da empresa e o seu interesse em continuar trabalhando nela.

Se a sua decisão for pedir o aumento, você pode e deve sinalizar o seu interesse, desde que seja de forma aberta e propositiva, aconselha o especialista.

Na visão de Ricardo Tozetti, consultor da Hays, também é importante que a negociação aconteça na hora certa. "Trazer o assunto de forma brusca não é eficaz", recomenda. “Espere uma ocasião mais formal, como a reunião mensal de feedback, por exemplo”, diz Tozetti.

Outro cuidado básico é se posicionar sobre o assunto diversas vezes ao longo do tempo. Segundo o consultor, a negociação é um processo, não um momento isolado. "É uma conversa que começa na hora da contratação e se prolonga indefinidamente", explica.

A instabilidade econômica do país - e, consequentemente, do seu empregador - torna todo o processo ainda mais delicado do que o habitual. Por isso, antes de se pronunciar, é importante fazer algumas considerações. Veja a seguir:

1. Você merece o aumento? Mesmo?
Segundo Tozetti, se a empresa está em crise, será necessária ainda mais “munição” do que o normal para convencê-la de que você merece um aumento. Para chegar a argumentos convincentes, o primeiro passo é fazer uma autoavaliação cautelosa e crítica sobre o seu desempenho.

A dica de Xavier é reunir números que provem o seu desempenho ao longo do tempo, ou mesmo resultados qualitativos, como feedbacks positivos de clientes, por exemplo. Qualquer alegação que escape a isso não vale como justificativa.

2. Quais são as perspectivas dentro e fora da empresa?
Por mais que você tenha argumentos baseados no seu desempenho, é importante analisar o seu entorno. Qual é a remuneração praticada pelo mercado para profissionais com o mesmo cargo que o seu? Quanto ganham os melhores da sua área, e por quê? Para chegar a essas informações, Tozetti recomenda consultar ex-colegas de trabalho, ex-chefes, amigos da faculdade e tutores.

De acordo com Xavier, também vale avaliar o grau de dificuldade financeira do seu empregador. A crise é profunda ou pode arrefecer em curto ou médio prazo? As demissões têm sido sistemáticas ou pontuais? Se a situação der sinais de que pode melhorar em breve, a atitude mais estratégica pode ser simplesmente esperar.

3. Há outras recompensas possíveis?
Xavier diz que também vale refletir sobre o seu nível geral de satisfação com o emprego. Você tem uma relação saudável com o seu chefe? O clima é agradável? Os benefícios são bons? Você tem oportunidades de aprendizado e desenvolvimento?

Segundo o especialista, essa reflexão é essencial para definir o seu tom na negociação, ou mesmo para rever a própria necessidade de falar sobre o assunto. “No fim das contas, você pode concluir que é melhor permanecer com o mesmo salário, mas usufruir do resto”, diz ele.

4. Qual será o seu plano de ação?
Se, já feitas todas as considerações, a sua decisão for pedir um aumento apesar da crise financeira da empresa, o ideal é “comer pelas bordas”, aconselha Xavier.

Em vez de pedir tudo numa única reunião, é mais estratégico programar uma série de pequenas conversas sobre o assunto ao longo do tempo. “Não é o momento para ser ousado”, afirma o especialista.

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São Paulo – A consultoria Page Personnel, focada em cargos técnicos e de suporte a gestão, viu o número de currículos recebidos explodir neste primeiro trimestre. Com o aumento - da ordem de 40% - o patamar atingido é equivalente ao registrado em 2012. E não são apenas profissionais fora do mercado que estão com o CV “na mão”. Segundo, Juliana Alvarez, gerente da Page Personnel, a consultoria também tem recebido muitos candidatos interessados em mudar de emprego . “A proporção é equivalente”, diz. Já a criação de novas oportunidades no mercado responde apenas por 30% das vagas anunciadas pelas empresas. O restante é fruto de substituição de pessoas, parte da estratégia de busca por mais eficiência que muitas empresas têm adotado. Mesmo com este cenário de mais interesse por parte de candidatos, a consultoria destaca que tem sido muito difícil encontrar profissionais com perfis específicos. Confira, nas fotos, 7 deles e veja por que eles são raros:
  • 2. 1. Vendedor Técnico/Engenheiro de Vendas

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  • O que faz: acompanha a rotina comercial das empresas de maneira consultiva, auxiliando o cliente nas especificações técnicas de peças, maquinários, insumos e equipamentos. Salário médio: 7 mil reais Por que é difícil encontrar: há falta de domínio em inglês, muitas vezes, exigido pelas multinacionais – que são as empresas que possuem maior demanda deste tipo de profissional.
  • 3. 2. Analista de desenvolvimento mobile para área de TI/Desenvolvimento

    3 /9(Thinkstock)

    O que faz: Desenvolve aplicações para mobile IOS e Android. Salário médio: De 6 mil reais a 7 mil reais. Por que é difícil contratar: há falta de profissionais com sólidos conhecimentos na área, dado que ainda são tecnologias mais recentes.

  • 4. 3. Analista fiscal

    4 /9(MorgueFile)

    O que faz: responsável pelas rotinas fiscais da empresa. Salário médio: 5,5 mil reais

    Por que é difícil contratar: pela falta de domínio em uma segunda língua, principalmente o inglês.
  • 5. 4. Analista contábil

    5 /9(Thinkstock)

    O que faz: responsável por rotinas contábeis da empresa. Salário médio: 6 mil reais. Por que é difícil contratar: o problema é o mesmo que ocorre com os analistas fiscais. Falta de domínio em uma segunda língua, principalmente o inglês.
  • 6. 5. Key account manager (gerente comercial) para área de vendas/bens de consumo

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    O que faz: responsável pela venda e relacionamento com as grandes redes supermercadistas. Salário médio: 8 mil reais. Por que é difícil contratar: falta de domínio de um segundo idioma.
  • 7. 6. Analista sênior/ coordenador de departamento de RH

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    O que faz: responsável pela condução de projetos de RH. Salário médio: Entre 5 mil reais e 7 mil reais. Por que é difícil de contratar: domínio de softwares de folhas de pagamento é requisito que está faltando no currículo dos candidatos.
  • 8. 7. Analista de produto júnior/pleno para área de marketing

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    O que faz: responsável pela criação de novos produtos. Salário médio: entre 3,5 mil reais e 4,5 mil reais. Por que é difícil de contratar: conhecimento técnico do setor é um requisito raro em candidatos.
  • 9. Agora, veja quais cargos têm os salários mais altos

    9 /9(FABIO HEIZENREDER)

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