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Roku, agregadora de serviços de streaming, quer se consolidar no Brasil fazendo parceria com PPPs

Plataforma lidera o mercado dos EUA e quer alcançar o mesmo sucesso por aqui se juntando com as Provedoras de Pequeno Porte, responsáveis por 54% da banda larga no país

André Romanon, country manager da Roku no Brasil (Roku/Divulgação)

André Romanon, country manager da Roku no Brasil (Roku/Divulgação)

Aquiles Rodrigues
Aquiles Rodrigues

Repórter Bússola

Publicado em 22 de abril de 2024 às 07h00.

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Atualmente as Provedoras de Pequeno Porte (PPPs ou provedores regionais) contam com 54% das assinaturas de banda larga no Brasil, segundo dados da Anatel

Essas provedoras de internet são operadoras pequenas, que atendem a lugares do Brasil onde gigantes como Vivo, Claro e TIM não oferecem seus serviços.

Para a Roku, a parceria com essas empresas é uma ótima oportunidade de mercado. Isso porque os mais de 25 milhões de lares brasileiros que são atendidos pelas PPPs podem se tornar clientes da empresa.

Mas, antes de explicar o que a companhia está fazendo para atingir esse montante de possíveis consumidores, é preciso explicar o que ela faz. 

  • A estadunidense é número um no mercado norte-americano de agregadores de serviços de streaming, com faturamento global de US$ 1,5 bilhão.
  • Ela oferta um sistema operacional próprio, que funciona nas SmartTVs das suas parceiras fabricantes e nos dispositivos para conexão (TV Box) que fabricam.

A empresa chegou ao Brasil em 2020, está na terceira fase da sua estratégia de posicionamento no mercado brasileiro e tem a parceria com as PPPs como um dos grandes trunfos.

Como funciona a parceria com as PPPs?

Comparadas com as grandes provedoras de internet, as provedoras regionais têm uma desvantagem: elas não conseguem oferecer combos com TV por assinatura

Segundo André Romanon, country manager da Roku no Brasil, que já está há mais de 20 anos no mercado, isso acontece porque o custo para uma infraestrutura capaz de oferecer TV a cabo é muito grande para as PPPs.

Quando a Roku chegou ao Brasil, o executivo viu a oportunidade de oferecer o streaming como alternativa de baixo custo, que permite que essas operadoras ofereçam combos para seus clientes.

Estamos falando de dezenas de milhões de lares brasileiros. Quando vimos essa oportunidade pensamos: como a gente vai se estruturar para atender, se diferenciar e ser um parceiro importante?”, conta.

A empresa começou mapeando os principais players regionais, estabelecendo a parceria com operadoras como CDNTV e a nordestina Olé TV.

Em três anos, a estratégia se solidificou e agora oferece vantagens para ambas as partes.

Com localização, todo mundo sai ganhando

Oferecer a plataforma da Roku por meio de dispositivos dedicados permite que as operadoras regionais:

  • Criem combos com TV por assinatura para clientes que se interessam.
  • Aumentem a variedade de produtos para além das diferentes velocidades de internet.
  • Obtenham vantagens fiscais, uma vez que o streaming não é tributado da mesma maneira que a TV a cabo.

A Roku, por sua vez, tem a oportunidade de expandir com o grande número de assinantes das PPPs. 

O plano foi baseado, acima de tudo, na necessidade de localização. Segundo Nina Mansur, diretora de relações públicas da Roku, o negócio não teria dado certo se tivessem seguido a mesma estratégia dos Estados Unidos. 

Nossa estratégia de três fases – escala, engajamento e monetização – é padrão global da empresa, mas a maneira como cada mercado implementa é que pode se diferenciar. No Brasil adotamos a parceria com as PPPs como forma de escalar com mais velocidade. É uma estratégia super localizada”, ela explica.

Mas o cliente não tem que pagar pelos serviços de streaming?

A Roku agrega plataformas como Netflix, Disney + e Max, e faz promoções sazonais com as parceiras, para oferecer descontos na assinatura. 

O cliente ainda precisa assinar esses serviços, mas a chave da parceria com as PPPs está na oferta de conteúdo apoiado por anúncios

O brasileiro gosta muito de conteúdo gratuito. Para isso, temos uma vertical especializada, com conteúdo apoiado por anúncios. Também temos parceria com Pluto, Vix e outros que entregam trabalham com esse modelo”.

E a pirataria?

Exite uma outra forma, ilegal e perigosa, de conseguir assistir conteúdo gratuito: a pirataria.

Segundo a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), 7 milhões de lares brasileiros utilizam TV Box pirata.

Os dispositivos, que transformam TVs normais em smartTVs, são perigosos para os usuários porque suas informações podem ser vazadas para criminosos com más intenções.

  • Em 22 operações em 2023, a Anatel apreendeu cerca de 1,4 milhão de aparelhos irregulares.
  • Em parceria com a ABTA, a agência segue executando um plano que já bloqueou cerca de 743 endereços de IP e 54 domínios de conteúdo pirata.

Para André, a oferta de conteúdo gratuito pela parceria com as PPPs pode contribuir com o combate à pirataria

Os produtos da Roku podem se tornar atrativos para quem procura mais segurança e acessibilidade. A empresa tem a vantagem de produzir os TV Box da marca em território nacional.

O aumento de conteúdo gratuito apoiado por anúncios dentro da plataforma vai ser bem atrativo para esse consumidor. É uma questão de tempo e de construção. A gente vem caminhando a passos largos a favor disso”, conclui.

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