Viajar para fora do Brasil está mais caro, e o câmbio não é o único responsável. Entenda (Bússola/Divulgação)
Bússola
Publicado em 18 de fevereiro de 2022 às 10h48.
Última atualização em 6 de julho de 2022 às 14h59.
O novo episódio do Podcast A+ traz o debate promovido pela Bússola sobre o impacto do imposto sobre remessas ao exterior no turismo dos brasileiros.
Viajar para fora do Brasil está mais caro, e o câmbio não é o único responsável. Além da forte desvalorização do real frente ao dólar e ao euro, um custo adicional vem pesando no bolso dos viajantes e afetando negativamente o setor turístico desde 2020.
Há dois anos, a alíquota do imposto de renda retido na fonte (IRRF) sobre remessas ao exterior destinadas à cobertura de gastos pessoais de brasileiros em viagens de turismo subiu de 6% para 25%. Na prática, com o aumento da tributação, as operações internacionais intermediadas por agências brasileiras, como reserva de hotéis e contratação de passeios, têm um acréscimo de cerca de 33% no valor final, se forem pagas adiantadas em reais aqui no país.
As agências e operadoras de viagens reclamam que essa política tributária favorece a aquisição direta de serviços turísticos junto aos prestadores localizados no exterior em prejuízo da contratação de empresas brasileiras especializadas. A expectativa delas era que a Medida Provisória 1.094, publicada pelo governo em 31 de dezembro do ano passado e que zerou o IR para leasing de aeronaves e motores, contemplasse também as remessas internacionais para gastos de viajantes brasileiros, com a volta da alíquota para 6%. Mas a legislação acabou não tratando do tema e o imposto não foi reduzido.
A MP 1.094/21 ainda precisa ser apreciada pelo Congresso e parlamentares da Comissão de Turismo da Câmara se articulam por mudanças no texto. Enquanto isso, representantes do setor alertam para as perdas bilionárias se o imposto se mantiver em 25%. Pesquisa da GO Associados para a Câmara Brasileira da Economia Digital estima por ano um impacto negativo de R$ 5,2 bilhões na cadeia produtiva do turismo no país e uma retração de R$ 17 bilhões na economia brasileira.
Em 1 hora de live no YouTube da EXAME foi debatido o futuro do setor de turismo partindo da discussão do imposto sobre remessas ao exterior. Com mediação do jornalista Rafael Lisbôa, diretor da Bússola, o bate-papo reuniu Gustavo Dias, diretor do Expedia Group na América Latina e coordenador do Comitê TravelTech da Câmara Brasileira da Economia Digital; Mariana Aldrigui, professora de turismo da USP e presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP; e Carlos Augusto Daniel Neto, sócio do escritório Daniel & Diniz Advocacia Tributária.
Escute abaixo o episódio, e ainda pelo Spotify ou Apple Podcasts. A edição é de Guilherme Baldi.
O Podcast A+ faz parte da plataforma Bússola, uma parceria entre a Revista EXAME e o Grupo FSB.
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