A crescente demanda por inovação sustentável estabelece oportunidade exclusiva para que as ESGtechs brasileiras ganhem destaque internacional
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Publicado em 27 de março de 2025 às 15h00.
Por Vitória Alves de Sá
Impulsionadas pela necessidade de inovação sustentável, as ESGtechs reforçam o papel estratégico do ambiente empresarial no desenvolvimento econômico do Brasil, ao passo que implementam soluções tecnológicas que fomentam a transição para uma economia verde.
Reconhecido como um dos países com maior potencial para se tornar hub global de inovação sustentável, o Brasil possui uma matriz energética predominantemente limpa e abundantes recursos naturais e hídricos. Não por acaso, já é visto como um grande fornecedor de inovação para mercados internacionais.
Em paralelo, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, também chamada de COP30, será realizada em novembro, na cidade de Belém (PA), o que coloca o país ainda mais no centro das discussões globais sobre sustentabilidade, principalmente, entre empresas e investidores.
Fato é que as abordagens idealistas estão sendo substituídas por estratégias mais pragmáticas, voltadas para o impacto mensurável e a viabilidade econômica. Isto enfatiza a interseção entre sustentabilidade, economia e cultura organizacional, além da predominância da temática ESG mais estruturada e alinhada às metas de longo prazo nos próximos anos.
A crescente demanda por inovação sustentável estabelece oportunidade exclusiva para que as ESGtechs brasileiras ganhem destaque internacional, acelerando assim o crescimento dessas empresas e fortalecendo a economia nacional.
No entanto, para que esse potencial seja plenamente aproveitado, a colaboração entre governos, investidores e empreendedores é essencial. Com incentivos adequados e um ambiente regulatório favorável, por exemplo, o Brasil se consolida como um polo global de inovação ESG, o que garante um desenvolvimento econômico alinhado às demandas globais de sustentabilidade e impacto social.
Neste sentido, as ESGtechs têm nas mãos a chance de transformar a economia brasileira e posicionar o país como referência em inovação sustentável, porém demandam um investimento imediato e expressivo em áreas como:
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o número de fundos sustentáveis subiu de 134 para 257 em 2024, enquanto a captação foi de R$ 10,9 bilhões, o que representa um volume dez vezes maior ao levantado em 2023. Registrando crescimento significativo, o mercado é impulsionado pelo interesse dos investidores por retornos de longo prazo mais sustentáveis, mitigação de riscos climáticos e, sobretudo, pela crescente conscientização destas práticas para o sucesso dos negócios.
Vale destacar que, embora haja um movimento estadunidense contra a agenda ESG, a valorização das práticas sustentáveis segue amplamente fomentada pela maior parte dos investidores institucionais e, principalmente, pelos consumidores a nível global.
Portanto, as companhias e países que não se adaptarem à nova realidade correm o risco de perder competitividade, sofrer boicotes e ser alvo de litigância climática. Consolidada como um elemento-chave para a aceleração da agenda ESG no Brasil, a inovação é promissora, essencialmente, no segmento de energia limpa e renovável, em que diversas soluções estão sendo desenvolvidas para otimizar a geração, o armazenamento e a distribuição de energia.
*Vitória Alves de Sá é Analista de Inovação do Grupo Safira. Comunicadora e Relações Públicas, Vitória possui mais de dez anos de experiência em implementar e fortalecer a cultura de inovação, sempre aplicando uma visão analítica e habilidades de comunicação.
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