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Gestão Sustentável: plano safra reforça a tese do valor ESG

Exemplos como o plano safra deste ano continuaram a se tornar cada vez mais relevantes e críticos para o sucesso dos negócios

Criado pelo Governo Federal em 2003, o Plano Safra tem como objetivo fornecer linhas de crédito para o financiamento das atividades agrícolas de pequenos, médios e grandes produtores rurais do país, incluindo cooperativas e agricultores familiares (Freepik/Freepik)

Criado pelo Governo Federal em 2003, o Plano Safra tem como objetivo fornecer linhas de crédito para o financiamento das atividades agrícolas de pequenos, médios e grandes produtores rurais do país, incluindo cooperativas e agricultores familiares (Freepik/Freepik)

Danilo Maeda
Danilo Maeda

Head da Beon - Colunista Bússola

Publicado em 17 de julho de 2024 às 17h00.

Em mais uma prova de que práticas ESG adicionam valor aos negócios em diferentes e diversas perspectivas, o maior plano safra da história, lançado recentemente pelo governo brasileiro, premiará com taxas melhores os produtores rurais que possuam práticas de agricultura responsável.

Mais do que um incentivo à melhoria do setor, trata-se de um entendimento de que a gestão dos impactos e riscos de sustentabilidade traz mais estabilidade e segurança para as empresas. Especialmente no agro, altamente exposto aos impactos da emergência climática que vivemos globalmente.

A dinâmica que associa práticas ESG com redução do custo de capital e melhor desempenho financeiro de longo prazo é conhecida e vem se provando em casos como esse e outros. No Brasil, temos visto por exemplo um fortalecimento do mercado de dívida verde, com emissões relevantes do tesouro nacional e de empresas brasileiras que associam metas e programas socioambientais aos títulos financeiros de forma a obter melhores taxas.

A demanda pelos papéis, juntamente a outros movimentos como a criação do selo de ações verdes na B3, indica que pode haver espaço no mercado financeiro para mais ofertas de ativos que tragam sustentabilidade como um atributo chave. Ao mesmo tempo, a discussão em andamento sobre taxonomia dos investimentos ESG no país e a resolução 193/2033 da CVM devem trazer respectivamente mais precisão e segurança em relação às opções ofertadas e mais transparência e integração entre informações financeiras e ESG, o que irá contribuir com o amadurecimento do mercado e abertura de novas oportunidades.

Por outro lado, alguns agentes ainda se mostram refratários à ideia de que gerir riscos ambientais, sociais e de governança é relevante para os resultados de negócio. Estes deveriam mudar a forma como entendem seus negócios, com humildade para aprender e admitir que há desafios mais complexos a serem considerados. O conjunto de ferramentas que nos trouxe até aqui não será suficiente para lidar com o que vem pela frente. Exemplos como o plano safra deste ano continuaram a se tornar cada vez mais relevantes e críticos para o sucesso dos negócios.

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