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​Em entrevista, CEO da FS Security detalha tecnologia que pode reduzir roubo de celulares; assista

Em conversa com a Bússola Executiva, Alberto Leite, fundador do Grupo FS e especialista em segurança cibernética, falou também sobre o que é essencial ao bom empreendedor e como tem contornado escassez de profissionais de TI

 (Bússola Executiva/Bússola)

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Publicado em 15 de agosto de 2024 às 13h00.

Última atualização em 15 de agosto de 2024 às 14h16.

Seu celular já foi roubado ou furtado? Se a resposta for "não", considere-se sortudo – especialmente se você mora num grande centro, como a cidade de São Paulo. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a cada um minuto e 42 segundos um aparelho foi levado pelos bandidos em 2023. 

Esses crimes só continuam acontecendo porque abastecem um lucrativo mercado no Brasil e para além das nossas fronteiras – a revenda dos dispositivos. E, também, pelo acesso instantâneo às contas bancárias da vítima (com transferências imediatas e empréstimos fraudulentos), e aos dados contidos no aparelho (incluindo e-mail, Whatsapp, redes sociais). Isso permite a prática de golpes e fraudes em que o criminoso se passa pela vítima. O que antigamente acontecia com o saque sob coação no caixa eletrônico, agora é instantâneo com o roubo do celular com a senha.

Mas o Grupo FS, líder em tecnologia e soluções digitais, está desenvolvendo um software que promete mudar essa realidade no Brasil. Foi o que contou Alberto Leite, CEO e fundador da empresa, em entrevista à Bússola Executiva. 

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“Para resolver esse problema, apostamos numa tecnologia proprietária que bloqueia o celular em uma camada do sistema operacional bem mais profunda, diferente de um aplicativo que pode ser facilmente removido pelo criminoso. No momento em que o usuário tem o celular roubado, ele pode acionar esta tecnologia de forma remota que, além de localizar o aparelho, pode bloqueá-lo, ainda que o ladrão tenha formatado o aparelho 100 vezes. É possível, inclusive, que a solução se conecte às polícias para mandar a informação do roubo e última localização do aparelho", explica Alberto.

O desenvolvimento da tecnologia foi impulsionado também pela  captação de R$ 100 milhões. Em breve a empresa abrirá uma nova rodada de captação para continuar investindo em pesquisa e desenvolvimento de novos sistemas e tecnologias. A ideia da EXA, empresa que nasceu em 2022 como braço B2C do Grupo FS, é construir o maior ecossistema de proteção digital do Brasil, com foco nos dispositivos móveis que hoje concentram grande parte da nossa vida, como dados gerais, informações sobre relacionamentos, lazer, trabalho e vida financeira.

O ecossistema inclui o lançamento de uma plataforma de seguros super baratos, que atendam os diversos públicos que sofrem de diferentes maneiras com a subtração do aparelho, desde o motoboy que usa o dispositivo para o trabalho até a pessoa que deseja ter sua vida digital (fotos, vídeos, áudios) preservada. “Somos uma empresa super digital que olha problemas de invasão de crimes digitais e resolve também um problema do mundo físico, tudo integrado numa mesma plataforma”

Escassez de profissionais de tecnologia

Criar um mecanismo como esse exige profissionais capacitados. Levantamento do Google aponta que, em 2025, o Brasil terá um déficit de mais de 500 mil profissionais na área de TI. Alberto alega que esse problema não vem de hoje e é mundial, principalmente quando falamos de engenheiros de soluções, de computação e de software.

Por causa dessa realidade, o Brasil, de um modo geral, não consegue ganhar o destaque que poderia quando o assunto é desenvolvimento tecnológico. "[O país acaba tendo dificuldade para] desenvolver tecnologias profundas, tecnologias que vão de fato no berço da matemática para resolver problemas mais estruturais. Nós acabamos ficando em uma camada mais da aplicação, que é mais superficial", explica Alberto.

Ele conta que, desde a pandemia, com o aumento da demanda por mão de obra que estava na Índia, o mercado teve de se capilarizar. “Nós somos o maior empregador de tecnologia do estado do Piauí”, diz. Segundo o executivo, essa solução tem se expandido para outros estados, que produzem bons profissionais e que precisam de oportunidades. “Nós despertamos para interiorizar nossas ações no Brasil e é um dos principais fatores hoje que a gente consegue tentar conviver com a ausência de mão de obra”, conclui. 

Os segredos do empreendedorismo: foco e inquietude 

O olhar tão apurado sobre o setor em que atua é consequência de uma longa e bem sucedida trajetória na área da tecnologia. O maranhense de São Luís começou a carreira na Ambev, mas logo virou executivo de empresas de telecomunicações bem na época das privatizações.

Depois de breve passagem pelo setor cafeeiro, voltou para a tecnologia e, há exatos 15 anos, comanda o Grupo FS – que faturou R$ 1,4 bilhão em 2023 e tem 1,2 mil funcionários diretos e indiretos trabalhando nos escritórios de São Paulo, Rio de Janeiro e Piauí, além de outros estados. 

Ao longo desse tempo todo, não perdeu duas características: o foco e a inquietude – ingredientes que, segundo ele, são essenciais a qualquer bom empresário.

"O negócio que você se propõe a fazer tem que ser a única coisa que você vai fazer na sua vida profissional. Vai ser trocador de pneus? Seja o melhor nisso, respire isso. Conheça todos os carros, todos os pneus, todos os clientes, todas as imperfeições de um pneu... Conheça mais do que qualquer um. Se concentre nisso. Não tente olhar para o amortecedor. Se o negócio é pneu, concentre-se no pneu", aconselhou.

A inquietude também é importante especialmente hoje em dia, momento em que, segundo Alberto, muitos empreendedores estão investindo nas mesmas iniciativas, muitas vezes muito boas, só que sem inovar. "É importante fazer coisas novas, coisas diferentes, estar inquieto com o status quo, questionando esse status quo. Eu não consigo ver empreendedor conformado com o status quo", garante Alberto.

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