Metas e os objetivos darão o direcionamento para o crescimento e guiarão esse caminho de aprendizados e conquistas (Maskot/Getty Images)
Bússola
Publicado em 30 de março de 2022 às 15h00.
Por Marcela Zaidem e Pedro Serpa*
É muito comum que empresas busquem iniciar o ano com a criação de metas ou objetivos a serem alcançados no decorrer dos meses. Esse processo é importante e trabalhoso na mesma medida, e deve envolver a companhia como um todo.
Na Hash, tivemos muitos aprendizados que agregam na construção deste processo, levando em conta feedbacks, experimentações, análises e, acima de tudo, entendendo que nem sempre o que foi planejado no início do ano acontecerá da forma que se imaginava — e está tudo bem.
Para elaborarmos nossas metas, utilizamos como base a metodologia de OKRs (Objectives and Key Results), que consiste na definição de objetivos que queremos alcançar e a criação de resultados chave (indicadores ou entregáveis por exemplo) que vão nos ajudar a mensurar se vamos atingir nossos objetivos ou não. Olhando para todas as áreas e Hashers da empresa, estipulamos OKRs estratégicos e dos times conectados a onde queremos chegar no futuro da Hash e o que precisamos entregar 2022 para chegar lá.
Nós valorizamos a importância de definir objetivos estratégicos para toda a empresa e também, alinhados a eles, para os times. A cada ano, conseguimos mapear e entender cada vez mais o que queremos como empresa e aonde queremos chegar, ficando mais fácil estabelecer quais objetivos buscamos alcançar no período.
Empresas que sabem planejar, definir e gerenciar suas metas tendem a alcançar melhores resultados de curto, médio e longo prazo. Esse planejamento proporciona uma série de benefícios no dia a dia, como maior eficiência operacional, alinhamento entre as ações do dia a dia e a visão da empresa, incentivo à interação de diferentes times, coordenação de que a empresa esteja caminhando para o mesmo sentido e saiba o que prioritário para o todo, entre outros.
Além disso, são as metas e os objetivos que darão o direcionamento para o nosso crescimento e guiarão esse caminho de aprendizados e conquistas, o que é fundamental para um negócio saudável e escalável. Elas, inclusive, podem se tornar um diferencial de mercado: de acordo com pesquisa da consultoria Falconi feita em 2020, 76% das médias empresas não têm metas estipuladas para todas as suas áreas ou não possuem metas; em grandes empresas, essa porcentagem cai ainda mais para 45%.
No entanto, de nada adianta investir esforço e tempo construindo objetivos se eles não são visualizados e entendidos por quem mais importa — os times e seus integrantes. Por isso é fundamental ter transparência com relação às metas e objetivos, dando visibilidade sobre elas para todas as pessoas da empresa e garantindo que os times estejam alinhados entre si.
É preciso fazer com que os(as) colaboradores(as) entendam e, além disso, visualizem o que os objetivos representam como um todo. Segundo pesquisa da empresa Asana realizada em 2020, somente 26% dos funcionários compreendem como o seu trabalho individual se relaciona aos objetivos da empresa, e apenas 16% afirmaram que sua empresa é muito eficiente em estabelecer e comunicar os objetivos.
Ou seja: a comunicação interna contribui (e muito) para que todos tenham visibilidade da evolução da empresa e se sintam mais empoderados que estão contribuindo para o crescimento do negócio.
O célebre professor e estatístico americano Edwards Deming cunhou uma frase que você provavelmente já ouviu: “o que não pode ser medido, não pode ser gerenciado”. Quando falamos de objetivos estratégicos e dos times, essa frase deve se tornar praticamente um lema. Afinal, como saber se estamos no caminho certo? Se os objetivos planejados inicialmente estão alinhados com a realidade da empresa? Se algo precisa ser mudado, ajustado ou mantido? Isso só acontece com acompanhamento, metrificação e correções ao longo do tempo.
O estudo da consultoria Falconi mostra que 33% das empresas não possuem um plano de ação nem prazos para que as metas sejam alcançadas. Na prática, significa que não sabem se o que foi planejado está de fato acontecendo e, caso esteja, está dando certo. Em uma analogia simples, é como se você decidisse o destino para o qual quer viajar, mas deliberadamente não levasse um mapa ou GPS — como saberia se está no caminho correto? Ter uma rotina de apresentação de resultados, de troca de experiências e de avaliações evita que isso aconteça.
Por fim, nosso último aprendizado é: aceite a mudança, abrace o imprevisto. No caso da Hash, por sermos uma fintech, estamos sempre pensando em inovação e melhorias e passamos por muitas transformações durante um ano inteiro. Por isso, focamos em elaborar metas estratégicas com ciclos objetivos menores para esse cenário de mudanças, cada vez mais frequente, tornando a revisão de metas contínua e não apenas anual.
O amanhã pode ser muito diferente do hoje, mas o fundamento do que se busca como empresa, não muda. Por isso ter objetivos estruturados, compreendidos por todas as pessoas, que possam ser mensurados e acompanhados e, além disso, com espaço para atualizações e mudanças deixará o caminho até esse futuro mais estruturado e com uma maior possibilidade de sucesso.
*Marcela Zaidem é Chief People Officer na Hash, fintech do setor de meios de pagamento e Pedro Serpa é coordenador de Desenvolvimento & Performance na Hash
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