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Ciência ou política: afinal, o que determina o que são atividades essenciais?

Com a escassez de UTIs, autoridades precisam tomar medidas urgentes, e, se possível, evitar argumentos vazios

 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

(Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 1 de março de 2021 às 20h31.

Última atualização em 1 de março de 2021 às 20h47.

Autoridades informam que as medidas de restrição e isolamento na pandemia são determinadas por critérios científicos. É o que qualquer marqueteiro recomendará dizer. Mas o receptor da informação tem o direito de acreditar ou não. Especialmente quando as mesmas autoridades vão mudando de uma hora para a outra as medidas tomadas, mesmo sem ter havido nenhuma alteração de cenário.

A verdade é que o fechamento ou a abertura de atividades parece, entre nós, depender mais da força do lobby do que de qualquer outro fator. Um exemplo são os templos religiosos. A partir de certo grau de pressão política, passam a ser classificados como atividades essenciais. E fica uma dúvida, em particular: o que exatamente nas rezas e cultos não pode ser realizado à distância?

Por que as escolas podem funcionar bem com ensino remoto e os templos não podem fazer cultos online?

Desnorteadas pela emergência da segunda onda da covid-19 Brasil afora, e pressionadas pela escassez de UTIs, as autoridades precisam mesmo tomar medidas. Tudo que possa dificultar a circulação do vírus é bom. Outra coisa boa seria evitar o uso do argumento da "ciência" para trazer alguma legitimidade à política pura e simples.

*Alon Feuerwerker é analista política da FSB Comunicação

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