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ChatGPT mode on: como funciona e que cuidados tomar

Chatbot da OpenAI é o assunto do ano na área de tecnologia, mas como todo avanço traz ônus e bônus

Como qualquer inovação, chat está sujeito a mau uso. (Nikolas Kokovlis/NurPhoto/Getty Images)

Como qualquer inovação, chat está sujeito a mau uso. (Nikolas Kokovlis/NurPhoto/Getty Images)

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Publicado em 9 de março de 2023 às 20h02.

Seja entusiasta, seja “hater”. O ChatGPT já é o assunto do ano na área tech. A plataforma de inteligência artificial criada pela empresa OpenAI se tornou o aplicativo com crescimento mais rápido da história ao atingir 100 milhões de usuários ativos em janeiro, apenas dois meses após seu lançamento. O motivo de toda essa adesão permeia as novidades tecnológicas envolvidas no projeto, consideradas por muitos como revolucionárias. O novo bot de IA promete conversar, escrever poemas, letras de músicas, receitas e até criar programas de computador.

O ChatGPT é uma inteligência artificial treinada com base em um modelo de conversação. Ou seja, seu algoritmo foi pautado em redes neurais e machine learning, com foco em diálogos. A ideia por trás desse projeto é aprimorar a experiência e os recursos oferecidos por assistentes virtuais, como Alexa ou Google Assistente.

O bônus da ferramenta (e o ônus, talvez – falaremos mais adiante) está justamente em oferecer ao usuário uma forma simples de conversar e obter respostas contextualizadas. O modelo de inteligência artificial tem várias camadas que permitem à plataforma prestar atenção a pontos-chaves, ao contexto e aos diferentes significados das palavras. Trata-se de um modelo extremamente avançado de geração de texto. A princípio, o ChatGPT é gratuito, mas já está estabelecido um modelo de acesso pago pela OpenAI, inclusive para o mercado brasileiro.

Plataforma ainda está em fase de aprendizado

Como é uma tecnologia muito nova, o ChatGPT ainda está aprendendo a responder e a pesquisar. De acordo com o site da empresa, a plataforma apresenta algumas limitações até o momento:

  • pode ocasionalmente gerar informação incorreta,
  • pode ocasionalmente produzir instruções prejudiciais ou conteúdo enviesado,
  • tem conhecimento limitado sobre o mundo e eventos ocorridos depois de 2021.

Mau uso pode acontecer?

Embora o sistema integre recursos que impeçam sua utilização de forma nociva, como termos chulos e conteúdos que reforcem estereótipos ou aspectos de preconceito, a preocupação em torno da tecnologia consiste no mau uso para trapaças.

Estudantes podem recorrer ao ChatGPT para a entrega de redações exemplares, por exemplo, profissionais que usam textos como ferramentas de trabalho também poderão acessar a ferramenta para tal, ou quem sabe, serem substituídos por ela? O BuzzFeed, por exemplo, já anunciou a demissão de redatores e informou que utilizará mais o ChatGPT para criar conteúdos baseados em listas ou testes.

Em um artigo no site The Atlantic, o professor do ensino médio da Califórnia Daniel Herman aponta o temor em relação ao aprendizado dos alunos. Na visão do docente, é possível comparar esse tipo de recurso com a invenção da calculadora – que facilitou os cálculos – e do piano mecânico – o qual “rouba” a comunicação por meio da emoção humana.

Já o professor associado de comunicação da Maryville University Dustin York prefere ser mais otimista e entende que é possível aproveitar o ChatGPT como uma ferramenta para ajudar os alunos a pensar de forma crítica. Quando bem utilizada, pode, inclusive, ser útil para estudar para provas e concursos, e mais: auxiliar os próprios docentes na preparação de aulas.

Enfim, quando uma revolução tecnológica ainda recém-lançada bate à porta, há sempre os dois lados da moeda em jogo, por isso o céu ainda é o limite. A polêmica mora justamente nesse aspecto: até onde pode chegar?

Querendo ou não, o ChatGPT deu a deixa do que podemos esperar sobre o futuro da tecnologia no sentido de interação entre o usuário e a inteligência artificial. Na prática, muitas coisas vão mudar. Mas ainda há perguntas que assombram muitos pensamentos: os robôs poderão substituir as ideias filosóficas ou a sensibilidade humana? Será possível criar um mundo mais colaborativo entre homens e máquinas? Riscos de trapaças e fraudes sempre andarão atrelados à tecnologia? Bom, por ora, aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

*Otto Pohlmann é CEO da Centric Solution

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