Bússola

Um conteúdo Bússola

Cecília Ivanisk: quem vem primeiro? Sucesso ou felicidade?

Usar nossas competências mais fortes no dia a dia nos coloca em uma espiral de emoções positivas que nos ajuda a ter mais êxito em nossos projetos

 (laflor/Getty Images)

(laflor/Getty Images)

Bússola
Bússola

Plataforma de conteúdo

Publicado em 4 de junho de 2024 às 07h00.

Por Cecília Ivanisk*

Vivemos em um mundo que não nos prepara para as pressões, cobranças e instabilidades da vida. Nos tornamos adultos com pouco ou nenhum conhecimento de competências socioemocionais, como resiliência, empatia ou abertura à mudanças. Fomos treinados desde cedo a perseguir o sucesso para podermos ser felizes, mas a neurociência e a psicologia têm mostrado que o caminho a trilhar é justamente o oposto: só teremos sucesso se conseguirmos ser felizes primeiro!

Por muitos e muitos anos a psicologia focou exclusivamente no tratamento de estados mentais negativos, como angústia e depressão. Estudos observavam como era estar mal e infeliz e buscavam intervenções para amenizar esses estados, mas pouco se interessavam no funcionamento do nosso cérebro quando estávamos nos sentindo bem e felizes. E não estar deprimido, não é o mesmo que estar feliz.
Acontece que, juntamente com a evolução da neurociência, descobriu-se que nosso cérebro é configurado para apresentar melhor desempenho não quando está negativo ou neutro, mas quando se encontra em estado positivo, feliz e de bem-estar emocional. 

Aos poucos, estudiosos no assunto têm compreendido que as pessoas querem prosperar e ter uma vida significativa, e não apenas sobreviver, e que as habilidades que constroem o bem-estar não são as mesmas daquelas que aliviam o sofrimento. Se você só lutar para reduzir aspectos negativos, atingirá apenas um estado neutro do cérebro, sem alcançar um estado positivo de verdade.

Obviamente não estaremos bem e felizes o tempo todo. A felicidade assim como a angústia fazem parte da condição humana. Mas se existe uma ciência capaz de prevenir e dar conhecimentos e ferramentas para que nosso estado positivo e de felicidade sejam mais frequentes do que o de angústia, por que não?

E esse bem-estar emocional de que estamos falando vai muito além das emoções positivas que sentimos no presente, quando comemos uma comida gostosa ou ouvimos uma música que amamos.

Os antigos filósofos já dividiam a felicidade em duas partes: a felicidade hedônica, que são nossas emoções positivas sentidas no momento presente – como prazer, ausência, tristeza – e a felicidade eudaimônica, que é um estado de satisfação com a vida e bem-estar emocional a longo prazo, ancorada no sentimento de engajamento em algo que acreditamos, de que a vida tem um significado e nossos relacionamentos são positivos.

E o mais interessante é que ao poucos, a psicologia e a neurociência têm entendido que se sentir satisfeito com a vida e acessar emoções positivas trazem uma vantagem química concreta, liberando dopamina e serotonina em nosso sistema, que alteram estados físicos do nosso corpo, chamado de benefício da felicidade.

O benefício da felicidade eleva o patamar dos centros de aprendizagem do cérebro e ajuda a organizar informações novas e retê-las por mais tempo, permitindo acessá-las com mais rapidez no futuro. Ainda, expande o número de informações e possibilidades que conseguimos processar com mais clareza, nos tornando mais ponderados, criativos e abertos à novas ideias, melhora nossa habilidade de análises mais complexas e resolução de problemas e, pasmem, expande nosso campo de visão periférica.

Imaginem o quanto tudo isso nos ajuda a sermos mais produtivos e termos mais sucesso em nossos projetos? O melhor é que buscar esse caminho é menos complicado do que parece e está acessível para todos nós. Segundo a neurociência, há estratégias simples para operarmos com mais frequência nesse estado positivo de bem-estar, e uma das formas mais efetivas é usar nossas competências mais fortes no dia a dia. Isso nos coloca em uma espiral de emoções positivas e estado de felicidade.

Alguma dúvida de que a felicidade vem antes do sucesso e não é resultado dele?

*Cecília Ivanisk é fundadora da Learn to Fly

Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube

 

Acompanhe tudo sobre:Bem-estar

Mais de Bússola

O que esperar dos pagamentos digitais em 2025?

A estratégia da Lello para engajar o público paulistano em campanha de aniversário

Gestão Sustentável: a ferramenta que faltava para acelerar a transição energética global?

Oferecendo compra de ativos digitais com cartão de crédito, essa plataforma quer democratizar Web3