(Amanda Perobelli/Reuters)
Bússola
Publicado em 24 de agosto de 2021 às 14h55.
Última atualização em 24 de agosto de 2021 às 16h33.
Por Caio Carneiro*
Muitos ainda veem com maus olhos a capacidade de persuadir. No entanto, a cada dia essa habilidade se torna mais necessária em um mundo cada vez mais competitivo.
A palavra persuasão, que tem como definição “certeza fortemente estabelecida; convicção”, por muitas pessoas é confundida com manipulação. Talvez porque tais pessoas já tenham sido vítimas da persuasão, que no aspecto negativo é utilizada apenas para preencher os próprios interesses do manipulador. O significado de manipular é “Falsificação da realidade que busca induzir alguém a pensar de determinada forma”.
Trocando em palavras, persuadir é influenciar alguém a fazer algo a seu próprio favor. Por exemplo: sugiro que alguém compre o meu produto pois sei o bem que fará a essa pessoa. Já a manipulação seria influenciar alguém a fazer algo apenas a meu favor.
Tanto a persuasão como a manipulação derivam da influência — alguém se apropriando de técnicas eficazes para induzir seu comportamento e suas decisões a uma determinada escolha.
As empresas e o mercado estão cada vez mais persuasivos. Hoje, em meio a tanta informação, nossos cérebros buscam atalhos para tomar decisões mais rapidamente.
Meu ponto aqui é reforçar e esclarecer os significados pré-estabelecidos. A persuasão é como uma ferramenta, e pode ser utilizada para construir ou destruir, para salvar ou para acabar, para contribuir ou apenas atrapalhar.
O mundo das vendas sempre foi muito mistificado por conta disso, sempre foi jogado sobre as nossas cabeças que devemos tomar cuidado com vendedores, que eles nos “enrolam” e nos fazem tomar decisões que não queríamos — isso é uma evidência clara de que o problema não está na ferramenta, mas no ser humano. Ferramentas não têm interesses próprios, já o ser humano pode ser rei em olhar mais para o seu próprio umbigo, seja ele um vendedor ou um médico cardiologista.
Persuasão é o que nos faz ter o desejo, nutre nossas vontades e prende nossa atenção. Saber como utilizá-las é um dever de todo empreendedor que deseja se sobressair e não se tornar obsoleto no mercado.
Quando vemos o testemunho positivo de alguém sobre algum serviço prestado, é um artifício de persuasão. Quando alguém nos faz algo de bom grado, sem pedir nada em troca, é um artificio de persuasão. Quando vemos uma longa fila em frente a uma loja, é um artificio de persuasão. Quando celebridades chancelam seus nomes em produtos, é um artificio de persuasão.
Persuadir nunca foi o problema, pelo contrário, é algo que deve ser feito por todos que verdadeiramente acreditam na solução que oferecem ao mundo. O objetivo dessas breves linhas é te persuadir, no sentido literal da palavra, para que você seja mais persuasivo, mais intencional em suas ações, porque se você realmente acredita no que faz, isso te tornará mais magnético e atraente. Além disso, só fará bem ao mundo e não há nada que possa dizer para me manipular ou que me prove o contrário. Seja persuasivo.
* Caio Carneiro é empreendedor, investidor, expert em vendas diretas, palestrante e autor do best-seller Seja Foda!, livro de negócios mais vendido do país e também do livro Enfodere-se!
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a EXAME. O texto não reflete necessariamente a opinião da EXAME.
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