Até tu, Brutus? Ou quem é o inimigo do amigo senador do presidente?
Dois anos e quatro meses depois de chegar ao Planalto, Bolsonaro pode nomear um senador para um ministério
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2021 às 17h38.
Última atualização em 23 de abril de 2021 às 18h09.
O governo descobriu que o Congresso Nacional é bicameral. Dois anos e quatro meses depois de chegar ao Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro pode nomear um senador para o seu ministério.
Será um começo, ainda que em desequilíbrio momentâneo. Afinal, há atualmente cinco deputados no ministério, e nenhum senador. São oriundos da Câmara Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Tereza Cristina (Agricultura), Fábio Faria (Comunicações), Onix Lorenzoni (Secretaria de Governo) e João Roma (Cidadania).
A base governista tem funcionado bem na Câmara. Talvez uma das razões seja exatamente essa representatividade dos parlamentares ligados à Casa dentro do governo. Flui melhor o diálogo, e a solução dos problemas é mais rápida.
Já o Senado parece se tornar um pouco mais distante e arredio aos encantos palacianos. E isso se acentuou após a decisão do Supremo Tribunal Federal determinando a instalação da CPI da Covid. A comissão nascida para investigar o governo tem perfil pouco amistoso, para usar expressão suave.
A solução encontrada é tradicional. Se está distante, melhor se aproximar. Agora caberá ao governo buscar um nome que seja agregador. O desafio é que, sempre que alguém é escolhido, alguns se julgam preteridos.
Fazer amizades em Brasília tem esse estranho componente: nunca se sabe quem é inimigo de seu novo amigo, ou do poder que ele passou a ter… Lembrando Roma: até tu, Brutus?
* Márcio de Freitas é analista político da FSB Comunicação
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