Brasil

Greve no Metrô e CPTM: Tarcísio entra na Justiça contra paralisação

O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) solicita que 100% dos funcionários do sistema de transporte trabalhem durante os horários de pico e de pelo menos 80% no restante do dia

Metrô de SP (Paulo Lopes/Anadolu Agency /Getty Images)

Metrô de SP (Paulo Lopes/Anadolu Agency /Getty Images)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 27 de novembro de 2023 às 09h58.

Última atualização em 28 de novembro de 2023 às 07h19.

O governo de São Paulo protocolou na Justiça um pedido de tutela antecipada para obter uma liminar contrária à greve dos funcionários do Metrô e CPTM, prevista para a próxima terça-feira, 28. Na ação, o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) solicita que 100% dos funcionários do sistema de transporte trabalhem durante os horários de pico e de pelo menos 80% no restante do dia. A ação propõe multa de R$ 2 milhões ao sindicato em caso de descumprimento da decisão e requer a autorização para não repassar os descontos feitos em folha a título de mensalidade sindical.

A administração estadual afirma que o movimento, convocado em protesto contra a privatização da Sabesp, tem caráter meramente político e cita prejuízos à população. A aplicação do Provão Paulista, uma espécie de Enem das faculdades do estado, foi adiada, já que seria realizada nos dias 28 e 29 de novembro. Servidores devem ter ponto facultativo, segundo o governador.

"O governo age para que a população não seja prejudicada, já que a greve é motivada por interesses políticos e a pauta principal dos sindicatos não está ligada a causas trabalhistas. A irresponsabilidade dos grevistas afeta 1,2 milhão de estudantes inscritos no Provão Paulista, cujo exame começaria no dia 28 e teve que ser adiado para que nenhum aluno seja prejudicado", disse o governo em nota enviada à EXAME.

Os sindicatos do Metrô e da CPTM afirmam que podem trabalhar normalmente no dia da greve caso o governo do estado não cobre passagem da população. Em entrevista na última sexta-feira, Tarcísio descartou a possibilidade. "Nós não vamos ser irresponsáveis, os irresponsáveis são eles que estão brincando com a população de São Paulo", disse.

A greve vai provocar a paralisação das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô, e as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, da CPTM.

No dia 3 de outubro, uma greve unificada com os servidores do Metrô, CPTM e Sabesp teve grande impacto na capital paulista, que registrou mais de 600 km de lentidão. O rodízio foi suspenso e as administrações estadual e municipal decretaram ponto facultativo. Apenas as creches e escolas municipais e postos de saúde funcionaram. Escolas da rede estadual ficaram fechadas. As linhas do Metrô não funcionaram durante todo o dia e a CPTM teve linhas com operação parcial ou fechadas. Em meio à greve, a linha 9-esmeralda apresentou falha elétrica e os trechos entre as estações Morumbi e Villa Lobos-Jaguaré foram paralisados.

Por que o Metrô e CPTM podem entrar em greve?

Desde junho, os metroviários, ferroviários e trabalhadores da Sabesp exigem que o governo interrompa os processos de privatizações imediatamente, cancele os pregões de terceirização do Metrô e consulte a população por meio de um plebiscito sobre as entrega das empresas estatais à iniciativa privada.

Eles afirmam que a concessão de linhas de transporte e da rede de água e esgoto vão piorar a qualidade dos serviços. E citam, como exemplo, o aumento das falhas nas linhas 8 e 9 da CPTM após a concessão à ViaMobilidade.

Acompanhe tudo sobre:Metrô de São PauloCPTM

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP