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Vacina russa pode chegar ao Brasil no início de 2021, diz governo do PR

Ainda não há uma previsão de quantas doses estariam disponíveis neste primeiro momento, mas terá um bloqueio de parte do total para cidadão paranaenses

 (Fundo de Investimento Direto Russo/Divulgação/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 4 de setembro de 2020 às 12h26.

A vacina contra o coronavírus desenvolvida pelo instituto russo Gamaleya pode começar a ser aplicada na população já nos primeiros meses de 2021. A afirmação foi feita nesta sexta-feira, 4, pelo presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Jorge Callado, em entrevista coletiva.

"A nossa previsão é começar os testes da fase 3 em 45 dias, após a autorização da Anvisa. Eles sendo positivos, com a segurança e eficácia muito bem evidenciadas, a gente prevê receber um lote da Rússia e começar a aplicar no início de 2021", disse Callado.

Neste primeiro momento, a aplicação seria com o imunizante vindo diretamente da Rússia. A produção no Brasil ainda depende de adequações do Tecpar. O governo do Paraná já reservou 200 milhões de reais para modernizar uma fábrica em Curitiba. A previsão é de que a imunização já com a vacina produzida no país seja feita no segundo semestre de 2021.

O presidente do Tecpar disse que ainda não há um número exato de quantas doses estarão disponíveis nesta primeira etapa. Mas afirmou que há um bloqueio de parte do total para cidadãos paranaenses. Também se sabe que serão duas doses, com a segunda aplicada após 21 dias da primeira.

O governo do Paraná, por meio do Tecpar, firmou um acordo com a Rússia para a produção da vacina no Brasil. Antes disso, ainda precisam ser feitos testes que devem envolver cerca de 10.000 voluntários, principalmente profissionais da saúde.

Para começar a fase de testes, ainda falta o Tecpar entregar os documentos aos órgãos reguladores. "Faltam informações sobre características físicas, químicas e desenvolvimento do projeto", explicou Jorge Callado.

Nesta sexta-feira, os primeiros resultados da vacina foram divulgados na prestigiada revista científica The Lancet. Segundo o estudo, a chamada Sputnik V foi capaz de induzir resposta imune nos voluntários e se mostrou segura nos testes de fase 1 e 2.

Os testes foram feitos de forma randomizada com 76 pessoas em hospitais russos, com idades de 18 a 60 anos, que praticaram o distanciamento social a partir do momento que se voluntariaram para os testes e ficaram no hospital por até 28 dias.

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