Brasil

Temporais no Rio: Governo federal reconhece situação de emergência no estado

Desde sábado, 13, o Rio de Janeiro vem sofrendo com as fortes chuvas, com registro de mortes e desaparecimentos, num rastro de inundações e alagamentos em vias

As fortes chuvas que atingiram o Estado do Rio de Janeiro no fim de semana provocaram a morte de pelo menos 12 pessoas (Akemi Nitahara/Agência Brasil)

As fortes chuvas que atingiram o Estado do Rio de Janeiro no fim de semana provocaram a morte de pelo menos 12 pessoas (Akemi Nitahara/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 15 de janeiro de 2024 às 14h44.

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional reconheceu a situação de emergência do município do Rio de Janeiro (RJ), em decorrência de chuvas intensas. A decisão consta de Portaria, publicada em edição extra do Diário Oficial da União desta segunda-feira, 15.

Desde sábado, 13, o Rio de Janeiro vem sofrendo com as fortes chuvas, com registro de mortes e desaparecimentos, num rastro de inundações e alagamentos em vias.

No domingo, por meio de nota, o Palácio do Planalto informou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhou a situação e conversou por telefone com os prefeitos do Rio, Eduardo Paes, e de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, garantindo apoio do governo federal ao trabalho das prefeituras e assistência da população atingida pelas chuvas.

Além do Rio: 6 cidades fluminenses decretaram situação de emergência 

As fortes chuvas que atingiram o Estado do Rio de Janeiro no fim de semana provocaram a morte de pelo menos 12 pessoas, deixaram quase 600 desalojados e deverão colocar sete municípios em situação de emergência. Além da capital, cuja homologação do decreto foi reconhecida nesta segunda-feira, 15, pela União, as cidades de Nova Iguaçu, Belford Roxo, Nilópolis, Mesquita, Duque de Caxias e São João de Meriti também foram fortemente atingidas e esperam a homologação.

Nesta segunda-feira, o governador Cláudio Castro (PL) se solidarizou com os atingidos, culpou o El Niño pelo grande volume repentino de chuva e disse que a frequência desses eventos "é o novo normal".

"Nós sabemos que, com este ano que a gente está passando, com esta nova realidade, com o El Niño, infelizmente, este é o nosso novo normal. E por isso, o Estado e as cidades têm que ser cada dia mais resilientes", declarou o governador.

Castro se reuniu com secretários e outras autoridades do Estado no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova região central do Rio, no fim da manhã. O governador estava de férias nos Estados Unidos com a família e retornou nesta segunda.

A ausência no Estado no fim de semana provocou críticas nas redes sociais, mas o chefe do Executivo assegurou que estava em contato com sua equipe desde a noite de sexta-feira. "Eu estava fora, aconteceu e no primeiro voo em seguida eu vim", disse. "A gente não governa por rede social."

De acordo com o governador, há "entre 500 e 600 pessoas alojadas ou desabrigadas", mas o total ainda está sendo contabilizado.

Prefeituras das cidades mais atingidas estão cadastrando as famílias para receberem o Cartão Recomeçar, um auxílio de R$ 3 mil fornecido em parcela única pelo governo do Estado. Castro alertou, contudo, que a concessão do benefício atenderá critérios "rigorosos".

O governador também afirmou que vai notificar o governo federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre as condições da BR 040, que registrou bolsão d'água por mais de oito horas em frente ao Hospital Adão Pereira Nunes.

De acordo com Castro, ele deverá conversar por telefone com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na tarde desta segunda-feira buscando acelerar investimentos previstos para o PAC, e que têm reflexo direto para diminuir o risco de inundações como as do fim de semana.

Ele citou obras de contenção e limpeza do Rio Botas, em Nova Iguaçu, estimadas em R$ 730 milhões.

Mortes

Ainda segundo o governador, 2.400 militares do Corpo de Bombeiros atuaram no auxílio aos atingidos pela chuva no final de semana. Foram realizados 268 salvamentos. Pelo menos 12 pessoas morreram e duas permanecem desaparecidas. A vítima mais recente foi levada pela enxurrada e encontrada pelos bombeiros.

Diversos pontos do Rio foram inundados pelas chuvas, o que causou forte impacto na mobilidade urbana. No domingo, autoridades orientaram moradores a evitar o deslocamento em bairros da Baixada Fluminense e em parte da zona norte da capital, em especial na Pavuna, Ricardo de Albuquerque, Acari e Irajá.

No domingo, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), decretou situação de emergência na cidade. "Com a declaração de situação de emergência, fica autorizada a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem nas ações de respostas necessárias à redução dos efeitos causados pelas chuvas", destacou a prefeitura.

Acompanhe tudo sobre:Rio de JaneiroLuiz Inácio Lula da SilvaChuvas

Mais de Brasil

Após indiciamento de Bolsonaro, STF analisará pedido para tirar Moraes de investigação sobre golpe

Governo Lula é desaprovado por 51% e aprovado por 46,1%, diz Paraná Pesquisas

Chuvas intensas se concentram em pequenas regiões, mas alertas avançam no Sul; veja a previsão

STF analisa hoje ações que criam regras para responsabilizar redes sociais por conteúdos; entenda