Tarcísio de Freitas: candidato diz que, se eleito, 'não vai ter tecla reset' no governo de SP (EVARISTO SA / AFP/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de outubro de 2022 às 08h41.
Após sair na liderança no primeiro turno das eleições ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) pregou continuidade na gestão estadual, se eleito e disse ao Estadão nesta quinta, 6, que "não vai ter tecla reset" ou "cavalo de pau" em São Paulo.
O candidato afirmou que não estará ao lado do governador Rodrigo Garcia (PSDB) na TV, e que tucanos não devem assumir cargos em secretarias ou diretorias de estatais se for governador. O ex-ministro afirmou que seu eventual governo vai privilegiar técnicos de carreira nas posições de comando.
Apesar de dizer que não estará no palanque com Garcia, que confirmou "apoio incondicional" a ele e à reeleição de Jair Bolsonaro nesta semana, Tarcísio disse que o embarque do tucano é "bem-vindo" e que vai dar continuidade a algumas políticas da atual gestão, se eleito governador.
Nos últimos três dias, os diretórios estaduais do Podemos, MDB e União Brasil também embarcaram em sua candidatura. Questionado se, em eventual eleição, vai terminar o mandato de quatro anos no governo de São Paulo, o ex-ministro disse somente que se compromete a "trabalhar e entregar". "Não sei, não sei se estou vivo amanhã", pontuou.
Sobre o resultado do primeiro turno da eleição nacional, Tarcísio disse que "o bolsonarismo saiu fortalecido". "Lula teve a maioria eleitoral, a maioria política ficou com Bolsonaro. Bolsonaro fez 20 dos 27 senadores. O partido do Bolsonaro fez 99 deputados. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal estão na mão da direita".
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Na disputa ao Bandeirantes, ele alegou que não se surpreendeu com a vitória de Haddad na capital paulista. "A gente não pode se surpreender com esse movimento. A capital se move por ciclos" disse, ressaltando a alternância de poder entre direita e esquerda na Prefeitura.
Servidor de carreira, Tarcísio disse que assumiu cargo no governo da ex-presidente Dilma Rousseff por ter visto uma oportunidade de "dar o exemplo". Sobre o governo do PT à época, argumentou que houve pressão para que saísse do cargo no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), mas que foi blindado para continuar atuando contra a corrupção.
Apesar de criticar a gestão de Dilma e dizer que ela não percebeu ou coibiu "a corrupção acontecendo embaixo do nariz", Tarcísio afirmou que tem gratidão à petista. "Por que não teria? Ela foi muito correta. Não quer dizer que eu ache o governo dela um bom governo. Não acho que ela tenha acertado como presidente" disse.
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Tarcísio também defendeu a atuação de Bolsonaro à frente do governo federal e de programas no Nordeste. Questionado sobre a associação entre nordestinos e analfabetismo feita pelo presidente nesta semana, disse que "quem está muito exposto, uma hora ou outra dá uma escorregada", mas ponderou que Bolsonaro está "mais maduro, muito apto".
Tarcísio afirmou que não via sentido ter Garcia em seu palanque, e que o apoio é programático. "As estruturas que estavam mobilizadas vão trabalhar agora em nosso favor", disse. "Tenho que deixar claro que há uma mudança. A mudança não significa desconstrução, porque as boas políticas públicas que já estão incorporadas e fazem parte do dia-a-dia paulista têm que ser preservadas", defendeu. Ele prometeu dar continuidade e ampliar programas de transferência de renda e de segurança alimentar, como o Bom Prato.
Tarcísio também ressaltou o legado tucano no Estado. "Não vou ficar trocando nome de programa, eu quero resolver problemas. Vou manter o que é bom e acelerar o que eu acho que está andando devagar", completou. Ele reforçou que não preservará cargos de tucanos em secretarias ou diretorias de estatais, mas que vai privilegiar técnicos de carreira nas posições de comando.
O candidato atribuiu as políticas que deram certo do PSDB ao ex-governador Mário Covas, morto em 2001. "Covas foi um grande governador e depois dele você teve um lampejo de gestão com Serra mas faltou novidade com Alckmin", disse. "Gestão Doria é para ser esquecida". Segundo ele, o ex-governador Geraldo Alckmin, que agora concorre à vice de Lula, fez um governo burocrático, sem inovações.
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