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SOS Mata Atlântica: mancha de poluição do Rio Tietê cresce 40%

Em um ano de monitoramento, o rio também perdeu na qualidade da água

O Tietê é o maior rio paulista, com mais de mil quilômetros, cortando o estado de leste a oeste (Ana Paula Hirama - Flickr/Wikimedia Commons)

O Tietê é o maior rio paulista, com mais de mil quilômetros, cortando o estado de leste a oeste (Ana Paula Hirama - Flickr/Wikimedia Commons)

AB

Agência Brasil

Publicado em 22 de setembro de 2022 às 20h14.

No Dia do Rio Tietê, celebrado hoje, 22, relatório da Fundação SOS Mata Atlântica aponta que a mancha de poluição em um trecho monitorado aumentou 40% em um ano.

Em 2021, a área poluída era de 85 quilômetros (km) e passou para 122 km neste ano. O estudo, que faz parte do projeto Observando os Rios, foi feito em parceria com a equipe técnica da causa Água Limpa. O rio também sofreu redução na água de boa qualidade, que passou de 124 km no ano passado para 60 km na atual medição.

O Tietê é o maior rio paulista, com mais de mil quilômetros, cortando o estado de leste a oeste. O manancial é dividido em seis bacias hidrográficas. O monitoramento da SOS Mata Atlântica foi feito por 35 grupos voluntários entre setembro de 2021 e agosto de 2022, abrangendo 576 quilômetros do rio, da nascente, em Salesópolis, até a jusante da eclusa do Reservatório de Barra Bonita.

A análise foi feita em 55 pontos de coleta distribuídos por 31 rios da bacia do Tietê. Entre os pontos monitorados, a qualidade da água foi classificada como boa em sete (12,7%), regular em 34 (61,8%), ruim em 10 (18,2%) e péssima em quatro (7,3%). Desde 2010 não há registro de água de ótima qualidade.

De acordo com a SOS Mata Atlântica, o principal motivo para a perda de trechos com qualidade de água boa e da piora constatada, especialmente no interior do estado, é a transferência de sedimentos contaminados acumulados no reservatório de Pirapora do Bom Jesus para o Médio Tietê. Esses sedimentos reúnem remanescentes de esgotos e também de fontes difusas de poluição, como lixo, defensivos agrícolas, fuligem de carros, entre outros.

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Outro fator importante destacado pela fundação é a expansão das cidades, com o surgimento de novas grandes áreas urbanas na região do Tietê. Segundo a entidade, embora a região metropolitana de São Paulo tenha uma qualidade da água abaixo do aceitável, houve melhora nos últimos anos em função de obras de saneamento.

Governo

A Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente destacou, em nota, que, na comparação com 2019, houve um recuo de 25% da poluição, “quando a mancha foi registrada em 163 quilômetros do rio dos 576 monitorados pela fundação”.

Segundo o governo paulista, o Programa Novo Rio Pinheiros ligou o esgoto de 650 mil imóveis à rede de tratamento e o projeto Tietê, em funcionamento desde 1992, ampliou a rede de coleta de esgoto de 70% da área urbanizada para mais de 90%. Além disso, a secretaria aponta que o tratamento foi ampliado de 24% para 85% do volume coletado na Região Metropolitana de São Paulo.

Ainda de acordo com a pasta, o governo paulista vai assinar contrato, em setembro, de financiamento com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o programa Renasce Tietê. Devem ser investidos R$ 500 milhões em ações de recuperação do rio.

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