Brasil

Solução para mobilidade urbana no Nordeste é a imobilidade?

A mobilidade urbana é um dos maiores desafios das cidades nordestinas e a solução é reduzir o espaço geográfico por onde as pessoas circulam cotidianamente

André Lahoz, diretor de redação da revista EXAME, Thomaz Assumpção, presidente da Urban Systems, Francisco José Araújo Bezerra, superintendente do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste, e Geraldo Júlio, prefeito do Recife, no EXAME Fórum Nordeste (EXAME/ Aline Pacheco)

André Lahoz, diretor de redação da revista EXAME, Thomaz Assumpção, presidente da Urban Systems, Francisco José Araújo Bezerra, superintendente do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste, e Geraldo Júlio, prefeito do Recife, no EXAME Fórum Nordeste (EXAME/ Aline Pacheco)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 14h09.

Salvador - Embora muito se fale do trânsito das cidades do Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro, a questão da mobilidade urbana é também fundamental nas capitais nordestinas. Em Fortaleza, por exemplo, emplacam-se mais de 6 mil carros todos os meses - e as ruas e avenidas continuam do mesmo tamanho.

Para Thomaz Assumpção, presidente da Urban Systems, São Paulo já perdeu a "hegemonia no engarrafamento nacional" e todas as cidades do país precisam repensar sua organização urbana para lidar com o problema.

"A solução para a mobilidade é a imobilidade", disse nesta terça-feira durante debate no EXAME Fórum Nordeste, em Salvador.

Para ele, só será possível reduzir o trânsito reduzindo o espaço geográfico onde as pessoas fazem suas atividades cotidianas. "Nós temos que deixar de andar na cidade todos os dias. Não faz sentido ir de uma região a outra para trabalhar, por exemplo", disse.

Para o prefeito do Recife, Geraldo Julio, o problema da mobilidade também é culpa do governo federal.

"Isso está relacionado ao mecanismo de defesa econômica do Brasil durante a crise mundial. São decisões nacionais que causam impactos locais", disse, se referindo à decisão do governo federal de manter o IPI reduzido para os automóveis como forma de estimular a atividade econômica no país.

"Você dá incentivo para comprar carro, mas constrói as casas do Minha Casa, Minha Vida na periferia. Aí o sujeito tem que cruzar a cidade de carro para trabalhar e se instala o problema da mobilidade urbana", concordou Assumpção.

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