Primeiro-ministro português e Lula: brasileiro escolheu Portugal como primeiro país europeu para visitar (Ricardo Stuckert/PR/Divulgação)
Repórter de Lifestyle
Publicado em 25 de abril de 2023 às 17h11.
Última atualização em 25 de abril de 2023 às 17h22.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terminou nesta terça-feira, 25, sua viagem a Portugal. O encontro também marcou a volta da Cimeira Luso-Brasileira, cúpula entre os representantes dos dois países que ficou suspensa por seis anos. O país foi o primeiro da Europa em que o chefe de Estado brasileiro esteve.
Na visão da pesquisadora portuguesa, Carmen Fonseca, a escolha não foi por acaso. Para ela, o objetivo de Lula é colocar Portugal como aliado em um momento de reaproximação com grandes potências e com a União Europeia.
"Portugal pode ser um elo no diálogo de confiança com o restante dos países da União Europeia. Outro ponto que aproxima os dois países é o grande número da comunidade brasileira em território português. A agenda migratória vai voltar a estar no topo das conversas entre os dois países daqui para a frente", disse Fonseca em entrevista ao Canal UM BRASIL, uma iniciativa FecomercioSP (veja a entrevista completa abaixo).
De fato, a questão migratória é sensível entre os dois países. De acordo com dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras de Portugal (SEF), a comunidade brasileira em Portugal ultrapassa as 750 mil pessoas. No ano passado, o número de brasileiros que fixaram residência no país cresceu 8%. Foi o sétimo ano de aumento consecutivo.
Um dos 13 acordos que os dois países assinaram na passagem de Lula em Portugal foi o reconhecimento automático de notas escolares dos ensinos médio e fundamental de brasileiros que querem se mudar ou vivem no país europeu. Segundo o governo português, há cerca de 5 mil processos na Embaixada esperando a equivalência escolar.
Para além de questões burocráticas que melhoram a vida de brasileiros em Portugal, a relação entre os dois países tem um aspecto político de retomada. "Há um regresso do Brasil à política internacional, que tinha ficando em standby com governo Bolsonaro. O Brasil é um país irmão de Portugal, com laços históricos, e uma relação de que não tem com qualquer país europeu", afirma Carmen Fonseca.