Brasil

Salário mínimo em 2024 pode ser R$ 1.429; regra para reajuste chega à Câmara

Reajuste considerará o INPC e o PIB; em caso de taxa de crescimento negativa, o salário será reajustado apenas pelo índice da inflação

 (RafaPress/Getty Images)

(RafaPress/Getty Images)

Izael Pereira
Izael Pereira

Reporter colaborador, em Brasília

Publicado em 5 de maio de 2023 às 19h10.

Última atualização em 5 de maio de 2023 às 19h58.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou ao Congresso Nacional no final da tarde desta sexta-feira, 5, o projeto que propõe reajuste do salário mínimo acima da inflação a partir de 2024. Regra considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o PIB, e em caso de taxa de crescimento negativa, estabelece que o salário mínimo seja reajustado apenas pelo índice da inflação

A nova política de valorização do salário mínimo, de acordo com o texto, deverá ter reajustes acima da inflação, como antecipado na semana passada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e depois reafirmado pelo presidente Lula em pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, por ocasião do Dia do Trabalho.

O projeto prevê um cálculo de reajuste do salário mínimo que leva em consideração o INPC e o crescimento do produto interno bruto (PIB):

  • O cálculo considerará o INPC de 12 meses, encerrado em novembro do ano anterior ao reajuste + PIB consolidado do segundo ano anterior ao reajuste.
  • Ou seja, reajuste do salário mínimo de 2024 = INPC de 2023 + variação do PIB de 2022.

E se o PIB for negativo?

Já quando a taxa de crescimento real do PIB for negativa, o salário mínimo será reajustado apenas pelo índice da inflação.

Na hipótese de não divulgação do índice do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no período do cálculo até o último dia útil “imediatamente” anterior à vigência do reajuste, diz o texto, o Poder Executivo federal deverá estimar os índices dos meses não disponíveis.

Os índices estimados pelo governo para reajustar o valor do salário mínimo, segundo o documento, permanecerão válidos “sem qualquer revisão, e os eventuais resíduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade”.

As novas regras remontam às praticadas entre 2007 e 2019. Essa política de reajuste não foi renovada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante os quatro anos de sua gestão, o reajuste foi negociado ano a ano.

Em nota, a liderança do governo na Câmara afirma que se no governo Bolsonaro a regra de valorização real do salário mínimo fosse mesma que a proposta pelo governo Lula, “o salário mínimo, em 2023, seria de cerca de R$ 1.394,00”.

Ressaltou, ainda, que a decisão do presidente Lula de elevar o salário mínimo já neste ano, de R$ 1.302 para R$ 1.320, a partir de maio, por meio da medida provisória 1.172/2023, vai "garantir um ganho real de 2,8%, o maior aumento real desde 20125”.

Tramitação no Congresso

Apesar de não ter definido um prazo para que o projeto seja aprovado no Congresso, um dos líderes do governo na Câmara relatou que há urgência para que a proposta seja votada. “Vou me dedicar para que seja rápido”. Outro parlamentar, também da base do governo, afirmou que na semana que vem "vamos ver qual o encaminhamento para agilizar [a aprovação]".

O projeto foi protocolado no sistema da Câmara no final desta tarde. Agora, caberá ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidir se o projeto começará a ser analisado em comissão na Casa legislativa, ou se será levado para votação direta no Plenário caso seja aprovado o regime de urgência para tramitação do texto.

Lira também deverá indicar um relator para apresentar um parecer ao texto que será analisado pelos parlamentares. Sendo aprovado na Câmara a proposta segue para análise do Senado.

Quanto será o salário mínimo em 2024?

Se for aprovado, o novo cálculo deve entrar em vigor a partir de 2024. Atualmente, o salário mínimo está em R$ 1.320, com previsão de R$ 1.429 no próximo ano.

Acompanhe tudo sobre:Salário mínimoCongressoLuiz Inácio Lula da SilvaInflaçãoArthur Lira

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP