Escritório da Quinto Andar em São Paulo: cidade lidera no setor de serviços (Germano Lüders/Exame)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 11 de dezembro de 2024 às 06h01.
Com o dobro de empregos criados na comparação com ano anterior, crescimento robusto da economia e melhora da qualificação profissional, São Paulo é a melhor cidade para fazer negócios no setor de serviços, segundo ranking da consultoria Urban Systems, publicado com exclusividade pela EXAME.
O município se manteve na liderança da categoria pelo segundo ano consecutivo, após ficar na terceira posição em 2022 e na segunda em 2021. Neste ano, o setor de serviços criou 142.193 vagas de emprego no acumulado até outubro, uma alta de 4,45% em relação ao ano anterior, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. O número representa 74% do total de empregos gerados pela cidade, que acumula 191.445.
Armando de Almeida Pinto Junior, secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico da cidade, afirma que um dos motivos para o resultado, em sua visão, é a capacitação oferecida pelo município para a população que quer empreender e a assessoria contínua, por meio de 200 atendentes para apoiar os empresários, dos pequenos até os grandes.
“Temos também a questão do microcrédito e apoio às startups, para promover a inovação tecnológica e ajudar as empresas a crescerem”, diz.
O PIB da cidade, de acordo com dados consolidados pelo IBGE, é o maior do país, que produziu 828,9 milhões de reais em 2021. “O PIB de São Paulo também teve um bom crescimento. Se olharmos o número absoluto, São Paulo é imbatível”, afirma Paulo Takito, diretor da Urban Systems.
Na categoria Serviços, são analisados oito indicadores: empregos no setor de serviços, empregos no setor de serviços com média e alta remuneração, renda do trabalhador do setor de serviços, estabelecimento de serviços, velocidade média da internet, empregos qualificados, relação empregos serviços e administração pública e empresas grandes.
O estudo aponta ainda que São Paulo lidera o ranking entre as capitais brasileiras com as melhores condições sociais, econômicas, de infraestrutura, estoque de empregos, renda média e a densidade de acesso à banda larga que, combinadas, atraem investimentos diretos e indiretos. Guilherme Dietze, economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), diz que o mercado consumidor gigantesco da cidade, aliado à desburocratização, tem ajudado a atrair investimentos. A cidade reduziu o tempo necessário para abrir uma empresa de 100 dias, em 2017, para 17 horas atualmente.
“A combinação de políticas públicas que reduzem a burocracia e as obras de infraestrutura, como as melhorias em áreas como Santo Amaro, ajudam a atrair investimentos”, diz Dietze.
Para seguir na liderança do setor, Dietze afirma que o poder público da cidade precisa avançar na descentralização econômica, para levar mais negócios para as áreas periféricas. “A descentralização, especialmente para áreas mais periféricas, pode ajudar a aliviar o tráfego e os preços elevados no centro da cidade, melhorando a qualidade de vida e a produtividade”, afirma.
Os dados completos podem ser acessados neste link.
O ranking Melhores Cidades para Fazer Negócios é um estudo feito pela consultoria Urban Systems, com exclusividade para a EXAME. O estudo é calculado a partir de um Índice de Qualidade Mercadológica (IQM), que aponta quais municípios oferecem melhores condições para as empresas, com base em dados de população, de fluxo de comércio, características urbanas e infraestrutura, entre outros pontos.
Na categoria Serviços, são analisados oito indicadores: empregos no setor de serviços, empregos no setor de serviços com média e alta remuneração, renda do trabalhador do setor de serviços, estabelecimento de serviços, velocidade média da internet, empregos qualificados, relação empregos serviços e administração pública e empresas grandes.