(Instagram/Reprodução)
Alessandra Azevedo
Publicado em 24 de setembro de 2022 às 20h48.
Última atualização em 30 de setembro de 2022 às 19h52.
O nome de Padre Kelmon passou a ter mais destaque na campanha eleitoral no início de setembro, quando foi oficializado candidato à Presidência da República pelo PTB nas eleições de 2022. A decisão foi tomada pelo partido após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter barrado a candidatura de Roberto Jefferson (PTB), em prisão domiciliar.
Assim, faltando um mês para o primeiro turno, Padre Kelmon foi de vice de Jefferson para titular na chapa -- o vice, agora, é Pastor Gamonal, também do PTB. O programa de governo apresentado ao TSE não mudou. Continua, inclusive, com a foto de Roberto Jefferson na capa. As propostas tratam da defesa de pautas de direita e conservadoras.
Kelmon Luis da Silva Souza, nascido em Acajutiba, uma cidade de 15 mil habitantes na Bahia, tem 45 anos e, apesar de se apresentar como padre, não tem vínculo com o Igreja Católica Apostólica Romana. Ele diz pertencer à Igreja Católica Apostólica Ortodoxa del Perú.
Ao anunciar a candidatura como vice, o PTB afirmou que ele é um “padre ortodoxo cristão e conservador”, líder do Movimento Cristão Conservador do PTB e do Movimento Cristão Conservador Latino Americano.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no entanto, negou que Kelmon seja sacerdote da Igreja Católica Apostólica Romana. Em nota, a CNBB diz que o candidato não tem nenhum "vínculo com a Igreja sob magistério do Papa Francisco".
"Oportuno ressaltar que, conforme vigência na Lei Canônica, os padres da Igreja Católica, em pleno exercício do ministério sacerdotal, não disputam cargos políticos, nem se vinculam a partidos", acrescenta a nota da CNBB.
Kelmon defende o Estado mínimo, a convocação de uma Assembleia Constituinte, a redução da carga tributária e a "defesa da vida desde a concepção". O posicionamento contra o aborto em qualquer situação é uma das principais bandeiras do candidato do PTB, exposto no primeiro debate presidencial de que participou, em 24 de setembro, no SBT.
O partido diz que Kelmon “sempre se dedicou à igreja e ao combate político do avanço da esquerda cristofóbica no país”. No programa de governo, ele reafirma o compromisso religioso, ao propor a “criminalização da cristofobia” e a “proibição da legalização, do plantio, cultivo e venda da maconha no país”. Segundo o PTB, Kelmon atua ativamente contra a legalização do direito ao aborto desde as eleições de 2010.
O candidato se aproximou de Roberto Jefferson em 2020, ao recebê-lo em missão ortodoxa na Bahia, e foi a convite dele que assumiu o Movimento Cristão Conservador e, neste ano, entrou na chapa do partido. Kelmon declarou um patrimônio de R$ 8.548,13 à Justiça Eleitoral.
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