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Censo 2022: No Nordeste, mais de 4 milhões de brasileiros têm acesso precário à água

O Nordeste tem o maior percentual de pessoas que utilizam carro-pipa como a principal forma de abastecimento de água, 3,5%, quase 1,9 milhão de pessoas

Saneamento básico (Reprodução/Reprodução)

Saneamento básico (Reprodução/Reprodução)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 23 de fevereiro de 2024 às 10h05.

Última atualização em 18 de março de 2024 às 16h08.

A forma de acesso à água no Brasil evidencia a desigualdade social em determinas regiões. Segundo dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 23, as regiões Norte e Nordeste tem o maior percentual de pessoas vivendo em domicílios com abastecimento precário de água. 

Censo 2022: Pretos, pardos e indígenas têm menos acesso a saneamento básico no Brasil

O Nordeste tem o maior percentual de pessoas que utilizam carro-pipa como a principal forma de abastecimento de água, 3,5%, ou quase 1,9 milhão de pessoas. Outros 1,8% utilizam água da chuva armazenada, 1,4% abastecem a residência em rios, açudes, córregos, lagos e igarapés e 1,1% de outra forma não especificada. As quatro categorias somam 7,8% da população da região e não são consideradas adequadas de acordo com o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB).

Na Norte, o maior percentual de acesso à água precário é por meio de Rios, açudes, córregos, lagos e igarapés, com 5,3%. O abastecimento via carro-pipa chega a 1,1%, água da chuva é 0,6% e 0,9% afirmaram que utilizaram outra forma. O total de pessoas com acesso precário é de 6,9%.

As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste tem cada uma menos de 1% da população com abastecimento de água fora dos padrões do PLANSAB. No balanço nacional, 3,2% das pessoas não tem acesso à água adequado.

Abastecimento de água adequado no Brasil

De acordo com os dados do Censo, 96,9% da população brasileira tem abastecimento de água de forma adequada.

A forma predominante de abastecimento de água da população brasileira era a "Rede geral de distribuição", opção que era a forma principal de abastecimento em 60,8 milhões de domicílios, onde residiam 167,5 milhões de pessoas, equivalendo a 82,9% da população residente no país.

A segunda forma mais comum foi o "Poço profundo ou artesiano", forma principal de abastecimento de 9,0% da população. Na sequência, aparecem a forma "Poço raso, freático ou cacimba", atendendo 3,2% e a forma "Fonte, nascente ou mina", com 1,9%.

Embora expressem níveis diferentes de qualidade e segurança, essas quatro formas de abastecimento de água são consideradas adequadas para fins de monitoramento do PLANSAB.

Tanto considerando o abastecimento pela rede geral, como o conjunto de formas de abastecimento consideradas adequadas pelo PLANSAB, o Censo Demográfico indica uma situação em geral melhor nos municípios de maior população. Nos municípios com 500.001 habitantes ou mais, 93,0% dos moradores residiam em domicílios com abastecimento de água principalmente pela rede geral e 99,4% em domicílios com formas de saneamento consideradas adequadas pelo PLANSAB (rede geral, poço artesiano, poso raso, fonte ou nascente), resultados consideravelmente superiores à média nacional.

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