Ilan Goldfajn: o Copom se reúne em 7 e 8 de junho e Gleise confirmou o entendimento de permitir que o novo presidente já tenha assumido até lá (Ueslei Marcelino / Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2016 às 18h04.
Brasília - A presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gleisi Hoffmann (PT-PR), confirmou que fará a sabatina do indicado à presidência do Banco Central, Ilan Goldfajn, na próxima quarta-feira, 1.
A senadora realizará uma sessão extraordinária para adiantar o processo.
"Não é meu objetivo como presidente da CAE dificultar a indicação do presidente do Banco Central. Até porque vai ter reunião do Copom em breve e temos que viabilizar para que ele seja sabatinado e possa assumir", disse a senadora.
Ela confirmou ainda que o então presidente do BC, Alexandre Tombini, demonstrou que quer se desligar do cargo.
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne em 7 e 8 de junho, quando o colegiado define a taxa básica de juros. Gleisi confirmou o entendimento do Senado de permitir que o novo presidente do Banco Central já tenha assumido até lá.
Sabatina
Goldfajn foi indicado pelo presidente em exercício, Michel Temer. Antes de assumir, entretanto, ele precisa ser sabatinado e ter a indicação aprovada pela CAE e pelo plenário do Senado.
Na próxima sexta-feira, 27, o relator da indicação de Goldfajn, Raimundo Lira, vai protocolar o seu parecer. Dessa forma, os senadores da CAE poderão discutir e votar o relatório já na próxima reunião, que ocorre sempre às terças-feiras.
Na quarta, a sessão extraordinária será dedicada à sabatina.
Em seguida, é preciso que o presidente do Senado agende a apreciação da indicação pelo plenário. Para acelerar ainda mais o processo, os senadores podem fazer um pedido de urgência.
Críticas
Apesar de Gleisi não se opor formalmente a acelerar a indicação de Goldfajn, a presidente da CAE tem suas reservas com a indicação do novo presidente.
Parte da nova oposição, Gleisi vai ajudar a questionar o nome de Goldfajn para o BC.
"Na realidade, ele não é apenas economista do Banco Itaú, ele é sócio também. Então, com certeza, no meu entendimento isso compromete a indicação dele", disse a senadora.
Ela disse ainda que, se é exigida uma quarentena na saída do presidente do BC, deveria haver quarentena também na entrada.
A senadora também fez críticas à condução da equipe econômica de Temer. "O conjunto da obra que vemos é uma política altamente fiscalista e pró-mercado. E o BC com certeza vai cumprir um papel importante nisso".