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Prefeitura de SP cria 1,6 mil vagas de acolhimento

São Paulo, de acordo com o censo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) de 2015, tem 15.905 pessoas em situação de rua

Abrigos: para o coordenador da Pastoral do Povo da Rua, as medidas são insuficientes (Valter Campanato/Agência Brasil)

Abrigos: para o coordenador da Pastoral do Povo da Rua, as medidas são insuficientes (Valter Campanato/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 21 de junho de 2017 às 22h09.

Foram criadas 1.673 vagas no centros de acolhida da prefeitura de São Paulo após início da Operação Baixas Temperaturas em 17 de maio deste ano.

Antes do início da ação, o governo municipal tinha cerca de 10 mil vagas nos 83 centros existentes. São Paulo, de acordo com o censo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) de 2015, tem 15.905 pessoas em situação de rua.

Após um mês do início da operação, o balanço do governo municipal indica que foram feitas 32.763 abordagens. A média diária de acolhimento é 9.836 atendimentos no período.

A previsão da prefeitura é que as vagas adicionais nos centros de acolhida cheguem a 2 mil até o final da operação.

Avaliação

Para o padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua, as medidas são insuficientes. Ele lamenta que ainda exista déficit de vagas para acolhimento dessa população, especialmente no período do frio.

"Essas vagas tem que ser esclarecidas, se são vagas de pernoite ou vagas fixas. [Com as de pernoite] todos os dias eles têm que procurar as vagas outra vez", criticou.

De acordo com ele, considerando o número adotado em entrevistas pelo prefeito João Dória, de 20 mil moradores de rua, há pelo menos 7 mil pessoas dormindo nas ruas.

"O que nós estamos pedindo é uma resposta emergencial", disse. A pastoral contabiliza a morte de um morador de rua no dia 10 de junho, naquela que, até então, foi a madrugada mais fria do ano em São Paulo.

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social informou que não há registro de morte de moradores em situação de rua em decorrência do frio neste ano.

No dia em que o homem foi encontrado morto no bairro Belém, o órgão divulgou nota na qual disse que o caso estava sob investigação.

Lancellotti destaca, como pontos de concentração de moradores de rua na capital paulista, os bairros Vila Leopoldina, na zona oeste; Santa Cecília e República, na região central; e Belém e Mooca, na zona leste. "E tem outros [moradores de rua] que ficam espalhados", acrescenta.

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social não respondeu aos questionamentos da reportagem até a publicação da matéria.

Serviço

A Operação Baixas Temperaturas segue até dia 17 de setembro e entrará em vigor, mesmo após esta data, sempre que a temperatura atingir um patamar igual ou inferior a 13°C, ou sensação térmica equivalente. Além dos Serviços Especializados de Abordagem Social, as pessoas em situação de rua podem procurar atendimento direto nos centros de acolhida. A relação pode ser encontrada no site da prefeitura.

De acordo com a secretaria de Assistência Social, caso o local esteja lotado, os profissionais devem receber o morador de rua e solicitar vaga no serviço de monitoramento da rede pública de acolhimento.

A população em geral também pode acionar a Coordenadoria de Atendimento Permanente e de Emergência para solicitar uma abordagem social. O serviço funciona 24 horas por dia, por meio da Central 156.

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