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Por coronavírus, secretário de Saúde de SP se reúne com hospitais públicos

Objetivo é discutir planos de ação para lidar com aumento de casos do coronavírus, que pode infectar até 450 mil paulistas

Coronavírus: os médicos e o governo do estado de São Paulo deverão trabalhar com o pior cenário possível, de 450.000 pessoas contaminadas (Adriano Machado/Reuters)

Coronavírus: os médicos e o governo do estado de São Paulo deverão trabalhar com o pior cenário possível, de 450.000 pessoas contaminadas (Adriano Machado/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 13 de março de 2020 às 19h38.

Última atualização em 13 de março de 2020 às 20h02.

São Paulo — O governo do estado de São Paulo e infectologistas dos principais hospitais públicos do estado preveem que, em um cenário otimista, o coronavírus possa contaminar 50.000 paulistanos nos próximos quatro meses. Numa previsão pessimista, seriam 450.000 infectados.

Na próxima terça-feira, 17, representantes de hospitais estaduais da rede pública de São Paulo e José Henrique Germann, secretário de Saúde do Estado, se reúnem na capital paulistana para discutir medidas de prevenção e o plano de contingência dos hospitais para lidar com a doença.

Os médicos e o governo do estado de São Paulo deverão trabalhar com o pior cenário possível, de 450.000 pessoas contaminadas.

“Sem dúvida, vamos receber mais pacientes com sintomas do coronavírus e os hospitais precisam estar preparados para isso”, diz o médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, chefe do departamento de infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu, no interior paulista. “Na saúde pública, temos de trabalhar com as piores previsões, que podem se tornar realidade, para atender a população de forma eficiente e conter a propagação do vírius”, afirma.

No encontro do dia 17, cada hospital vai apresentar seu plano para remanejar leitos de UTI para pacientes que apresentem uma evolução dos sintomas causados pelo novo coronavírus.

Serão feitas análises também do deslocamento de parte da equipe médica e de enfermagem para atender os novos pacientes. “Até agora, tem sido feito um bom trabalho no sentido de rastrear os primeiros casos da doença e tomar as medidas necessárias para que o vírus não se alastre”, diz Barbosa.

A taxa de contaminação do coronavírus ainda é baixa no país. Até a sexta-feira 13, os casos de contaminação não passavam da casa de 100 no Brasil, com 56 infectados no estado de São Paulo, 16 no Rio de Janeiro, seis no Paraná. quatro no Rio Grande do Sul, e três em Goiás, os estados mais afetados.

Mas o número de contaminados deverá aumentar muito mais, segundo estimativas de infectologistas e hospitais. “Não há motivo para pânico, já que todas as medidas de contenção estão sendo tomadas com rapidez e eficiência, mas a quantidade de casos confirmados deverá chegar à casa dos milhares, como aconteceu em outros países”, afirma Barbosa.

Até agora, as principais recomendações são evitar aglomerações com mais de 100 pessoas e viagens para a China e a Europa, que concentram quase todos os casos de contaminação. Não espirrar na frente de outras pessoas e lavar as mãos por pelo menos 20 segundos são outras orientações importantes.

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