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PF indicia Anderson Torres e Silvinei Vasques por bloqueios em estradas no 2º turno de 2022

Inquérito apontou que estados do Nordeste, onde se concentram os votos do presidente Lula, foram os mais prejudicados

O ex-ministro Anderson Torres (Alan Santos/PR/Flickr)

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Agência o Globo
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Publicado em 16 de agosto de 2024 às 19h49.

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A Polícia Federal indiciou nesta sexta-feira o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques pelo crime de impedir, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

De acordo com o inquérito, no segundo turno do pleito presidencial, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), ambos teriam agido para dificultar o deslocamento de eleitores, sobretudo, em estados do Nordeste, onde se concentram os votos para Luís Inácio Lula da Silva (PT).

Na ocasião, em 2022, estradas da região foram bloqueadas por blitzes da PRF. A tarde, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o trânsito foi liberado.

Torres e Vasques chegaram a ser presos preventivamente por determinação também de Moraes. O delegado da PF é investigado também por suposta omissão nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Já o chefe da PRF foi solto na semana passada, após um ano.

Outros indiciados

Além deles, outros quatro policiais federais cedidos ao Ministério da Justiça também foram indiciados pelo mesmo crime: Alfredo de Souza Lima Coelho Carrijo, Fernando de Sousa Oliveira, Leo Garrido de Salles Meira e Marília Ferreira de Alencar.

Nesta sexta, a PF pediu ao STF um prazo maior para realizar os interrogatórios dos indiciados e apresentar à Corte a conclusão das investigações.

O advogado Eduardo Nostrani Simão, que defende Silvinei, diz em nota que o indiciamento não causa preocupação, pois, em sua visão, o crime atribuído a seu cliente não se aplica ao caso. "Se o fato tivesse sido praticado seria em razão de preferência política, e não, em razão de procedência nacional — preferência política não é um dos elementos do tipo penal", afirma.

Procurada pelo GLOBO, a defesa de Anderson Torres ainda não se manifestou sobre o indiciamento.

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