Brasil

Panamá Papers indicam que amigo de Cunha comandou offshores

Segundo O Estado de S.Paulo, Ricardo Magro, ex-advogado de Eduardo Cunha, tem ligação com ao menos seis empresas em paraísos fiscais

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (Evaristo Sá / AFP)

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (Evaristo Sá / AFP)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 9 de abril de 2016 às 11h22.

Última atualização em 6 de novembro de 2017 às 11h55.

São Paulo – Documentos do Panamá Papers indicam que o empresário Ricardo Magro, amigo e ex-advogado do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem ligação com ao menos seis offshores em paraísos fiscais. As informações são de reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.

Segundo a reportagem, os documentos mostram trocas de e-mails para a abertura de duas offshores para o empresário com o objetivo de adquirir imóveis na Flórida. Nas mensagens, pede-se que os diretores das empresas sejam fictícios, nomeados pela firma panamenha Mossack Fonseca, especializada em abrir empresas de fachada. A agente representante de magro é então alertada de que não é permitido nomear diretores de fachada.

Ainda de acordo com o jornal, em outra offshore Riocardo Magro usa um mecanismo ainda mais sofisticado para ocultar o verdadeiro dono da empresa. No caso da offshore Ronell Capital as ações “não eram nominais, mas sim pertencentes ‘ao portador’, ou seja, a qualquer pessoa que estivesse em posse dos papéis em um determinado momento”, diz a reportagem.

Questionado pelo jornal, Ricardo Magro afirmou suas offshores sempre foram declaradas às autoridades brasileiras enquanto ele viveu no país. Hoje ele vive na Europa.

Anteriormente, as reportagens do Panamá Papers já haviam indicado ligação do deputado Eduardo Cunha com a abertura de offshores fora do país. O presidente da Câmara negou ser proprietário de qualquer empresa offshore.

A Panamá Papers é uma investigação feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, sigla em inglês) sobre a indústria de empresas offshore. Esse tipo de empresa pode ser usada para esconder dinheiro e dificultar o rastreamento de seus verdadeiros donos.

O ICIJ, com apoio do jornal alemão Süddeutsche Zeitung, teve acesso a 11,5 milhões de documentos ligados ao escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca. Os milhões de documentos vazados foram esmiuçados por mais de 370 jornalistas de 76 países. No Brasil, fazem parte da ICIJ profissionais do portal UOL, do jornal O Estado de S. Paulo e da emissora Rede TV!.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEduardo CunhaEscândalosFraudesPanama Papers

Mais de Brasil

Presidente eleito do Uruguai e Lula conversam sobre acordo Mercosul e UE: 'Estamos otimistas'

Lira diz que medidas de corte de gastos contarão 'com boa vontade' da Câmara e que IR fica para 2025

Unicef pede para Austrália consultar jovens sobre lei que restringe acesso a redes sociais

Expectativa de vida do brasileiro sobe para 76,4 anos e supera índice anterior à pandemia, diz IBGE