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Paes proíbe banho de mar e dificulta acesso ao Rio no fim de semana

Medidas são para tentar conter o avanço da Covid-19 na capital; secretário de Saúde recomenda que todos fiquem em casa

Na noite desta quinta-feira, o Rio tinha 679 de seus 776 leitos disponíveis com pacientes (Fernando Frazão/Agência Brasil)
AO

Agência O Globo

Publicado em 19 de março de 2021 às 07h47.

Última atualização em 19 de março de 2021 às 08h17.

O decreto do prefeito do Rio, Eduardo Paes , publicado nesta sexta-feira criando novas restrições válidas no fim de semana (sábado e domingo) para tentar conter o avanço da Covid -19 proíbe não apenas o banho de sol nas areias como também esportes (como altinho e partidas de futevôlei, entre outras), o banho de mar e atividades econômicas por ambulantes e barraqueiros. Além disso, o estacionamento na orla foi proibido — exceto para os moradores —, idosos, portadores de necessidades especiais, hóspedes de hotéis e táxis.

— A recomendação que damos é que todos fiquem em casa neste fim de semana — disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

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Movimentação na praia do Leblon, no Rio de Janeiro (RJ), no domingo 14/03 (BRUNO MARTINS/Estadão Conteúdo)

As regras em vigor disciplinando o funcionamento de outras atividades na cidade não sofreram mudanças. Caminhadas pelo calçadão, por exemplo, estão liberadas. Mas novas restrições podem ser anunciadas na próxima semana, quando Paes se reúne com o comitê científico da prefeitura e pode anunciar outras providências. Entre as medidas em estudo está a antecipação dos feriados de Tiradentes e São Jorge (21 e 23 de abril).

O GLOBO apurou que a decisão de antecipar o feriado só não foi anunciada já porque Paes ainda tenta convencer o governador em exercício, Claudio Castro, e outros prefeitos a aderir à medida, para que seja mais efetiva. Fontes confirmaram que o prefeito do Rio pretende, após a reunião de segunda-feira, anunciar medidas ainda mais restritivas a partir da próxima sexta-feira, limitando bastante atividades ecônomicas na cidade, por uma ou duas semanas.

O decreto publicado hoje também prevê que, a exemplo do que havia feito no réveillon e carnaval, a prefeitura pretende montar pontos de bloqueio nos acessos a cidade — provavelmente com o apoio da Polícia Rodoviária Federal e do Detro — para tentar impedir a entrada de ônibus e outros veículos de fretamento usados para passeios ''bate e volta'' entre a capital e outras cidades. Não há impedimento para veículos que transportem pessoas de outros municípios para o Rio a serviço ou de ônibus de turismo como visitantes que comprovem terem reservas na cidade.

As regras foram anunciadas depois que o Rio bateu, mais uma vez, nesta quinta-feira o recorde de pessoas internadas simultâneamente em UTIs da rede pública e contratados pelo SUS na rede particular, por complicações do coronavírus. Na noite desta quinta-feira, o Rio tinha 679 de seus 776 leitos disponíveis com pacientes que tentam se recuperar da doença. Mesmo com a abertura de novos leitos nos últimos dias, as UTIs permanecem cheias. Às 5h30 desta sexta-feira, o número de pacientes havia caído para 650 (649 adultos e 1 criança).

Essa não é a primeira vez que a prefeitura tenta conter a pandemia limitando o acesso às praias. O ex-prefeito Marcelo Crivella tentou o mesmo no ano passado mas teve dificuldades para fazer cumprir o decreto, mesmo colocando guardas municipais rondando de carro pelas praias emitindo avisos de advertência por mensagens gravadas e com o apoio da Polícia Militar. Na época, o então prefeito chegou a afirmar que só liberaria as atividades na areia depois que houvesse uma vacina contra o Covid. As atividades começaram a ser flexibilizadas a partir de julho, quando o mergulho no mar foi liberado.

Para as demais atividades da cidade, continuam a valer as regras divulgadas no dia 10 ao menos até segunda:

As atividades econômicas continuarão com horários escalonados:

Shoppings e centros comerciais

Os estabelecimentos localizados nos shoppings e centros comerciais deverão observar os seguintes horários de funcionamento conforme a natureza de suas atividades:

Guarda Municipal nas ruas

Paes encaminhou para a Câmara de Vereadores do Rio, na tarde desta quinta-feira, um projeto de lei complementar que altera a escala de trabalho dos guardas municipais da cidade. A proposta, que deverá ser publicada no Diário Oficial da Câmara nesta sexta-feira (19) estabelece um regime de 12 horas trabalhadas para 36 horas de folga, no lugar de 12 horas de trabalho por 60 de folga que vigora atualmente.

A proposta ainda será analisada e votada pelos vereadores. No texto que acompanha o projeto, o prefeito afirma que a medida tem o objetivo de aperfeiçoar a atuação da guarda em atuação conjunta com as forças de segurança, como determina a Lei Federal 13.675/18, que trata do Sistema Único de Segurança Pública.

Segundo a justificativa assinada por Paes, a mudança permitirá "aumentar o efetivo diário em 50% com a alteração da escala de trabalho". O atual regime foi estabelecido por lei na gestão do ex-prefeito Marcelo Crivella, em maio de 2018.

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