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Pacheco critica fala de Barroso sobre bolsonarismo e ministro responde

A declaração de Barroso foi classificada pelo presidente do Senado como "inadequada e inoportuna"

Presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fala sobre as atividades legislativas. 

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fala sobre as atividades legislativas. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Publicado em 13 de julho de 2023 às 18h07.

Última atualização em 13 de julho de 2023 às 18h25.

Nesta quinta-feira, 13, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, solicitou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, seja retratado por sua declaração no congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). O magistrado declarou que derrotaram a censura, a tortura e o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todos.

A declaração de Barroso foi classificada pelo presidente do Senado como "inadequada e inoportuna", e ele também criticou a presença do ministro no Congresso da UNE, que é um evento político significativo. Pacheco afirmou que não conversou com nenhum ministro da Corte sobre a fala de Barroso e que suas declarações foram feitas com respeito ao STF.

Ao ser perguntado pelos jornalistas, Pacheco também afirmou que a fala de Barroso poderia inspirar suspeições em julgamentos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro ou membros de seu grupo político.

Se não houver nenhum esclarecimento, nem mesmo uma descrição, até para explicar o que foi dito, isso claramente pode ser interpretado como um motivo de impedimento ou suspeição. O presidente do Senado declarou que não pode interagir com esse tipo de discussão porque, obviamente, cabe ao ministro e ao Judiciário julgar.

Pacheco afirma que senadores bolsonaristas e outros grupos políticos ficaram furiosos com a declaração. O presidente do Senado, em pronunciamento de última hora em seu gabinete, disse: "Espero que o ministro Luís Roberto Barroso pense sobre isso, eventualmente se retrate de sua cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal e prestes a assumir a presidência da Suprema Corte".

Ao ser perguntado sobre a possibilidade de apresentar um impeachment de Barroso, ele afirmou que, embora todos os casos devem ser examinados, a lei de impeachment é considerada um processo traumático e afirmou que não apoiaria um impeachment contra Barroso: Pacheco esclareceu que a rejeição de um pedido de impeachment não significa que a pessoa que toma a decisão esteja de acordo com certas posições.

Pacheco afirmou que vários senadores ligaram para expressar suas preocupações com a declaração do ministro do STF. No passado, quando Barroso foi alvo de ataques de Jair Bolsonaro, o presidente do Senado afirmou que já se solidarizou com ele, mas afirmou que sua fala na UNE foi tão inadequada quanto esses ataques.

Resposta de Barroso

Após receber as críticas de Pacheco, Barroso emitiu uma nova nota nesta quinta-feira, 13, para refletir sua declaração feita ontem no congresso da UNE.

Barroso afirma que quando falou, ele se referia aos extremistas que se manifestaram no 8 de janeiro e que acredita ser a minoria. O ministro disse que não pretendia ofender todos os eleitores que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e que tem o "maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas".

Mais cedo, Pacheco afirmou que senadores bolsonaristas e outros grupos políticos ficaram furiosos com a fala. O presidente do Senado fez um pronunciamento de última hora em frente a seu gabinete, dizendo: "Espero que o ministro Luís Roberto Barroso pense sobre isso, eventualmente se retrate de sua cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal e prestes a assumir a presidência da Suprema Corte".

Leia a íntegra da nota de Barroso:

Na data de ontem, em Congresso da União Nacional dos Estudantes, utilizei a expressão quando na verdade me referia ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro e que corresponde a uma minoria. Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima. Tenho o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas.

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