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Olavista de carteirinha, Forster encara Senado para ser embaixador nos EUA

Indicado para o cargo de embaixador do Brasil em Washington, o diplomata Nestor Forster enfrenta perguntas do Senado nesta quinta-feira

Foster: diplomata é provável futuro embaixador em Washington (Palácio do Itamaraty/Divulgação)

Foster: diplomata é provável futuro embaixador em Washington (Palácio do Itamaraty/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2020 às 06h53.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2020 às 09h43.

São Paulo — O cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos estará novamente em discussão. O centro das atenções desta vez não será o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que chegou a ser indicado ao cargo no ano passado. O novo candidato ao cargo é o diplomata olavista Nestor Forster, que será sabatinado no Senado nesta quinta-feira 13.

Desde 1992, Forster tem se especializado na América do Norte e, especialmente, nos EUA, tendo assumido cinco cargos diferentes no país e um no Canadá. O diplomata também teria apresentado Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, ao guru da extrema-direita Olavo de Carvalho.

Forster é hoje encarregado de negócios da embaixada em Washington e era o nome mais cotado para representar o Brasil nos EUA antes que o presidente Jair Bolsonaro indicar o filho.

À época, a decisão de Bolsonaro em indicar Eduardo Bolsonaro foi criticada tanto pela oposição quanto por aliados, que consideravam se tratar de um caso de nepotismo. O governo de Donald Trump chegou até a dar aval à nomeação, mas o presidente brasileiro não formalizou a indicação. Além disso, o deputado não tinha votos suficientes no Senado para ter a nomeação aprovada.

O nome de Forster voltou a ser favorito após meses de indecisão, quando Eduardo Bolsonaro anunciou sua desistência, em outubro. A desistência ocorreu sobretudo devido à crise em seu partido, o PSL, o que fez o presidente — que agora tenta criar um novo partido, o Aliança Pelo Brasil — ficar sem uma base de apoio sólida no Congresso para aprovar a nomeação.

Na semana passada, em sessão esvaziada e sem nenhum parlamentar governista presente, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), Nelsinho Trad (PSD-MS), leu o relatório sobre a mensagem da Presidência da República que submete o nome de Forster à apreciação do Senado. Após a leitura, foi concedida vista coletiva.

A indicação de embaixadores precisa passar por duas etapas no Senado. Primeiro, há uma sabatina e uma votação na CRE. Aprovado ou rejeitado, o nome vai à votação no plenário da Casa, que tem o veredito sobre a nomeação.

Se aprovado, Forster terá uma imensidão de desafios à frente na intersecção brasileira com o governo do presidente americano, Donald Trump. Nesta semana, o governo americano retirou o Brasil de uma lista de países com status de “país em desenvolvimento”, que tinham condições preferenciais de comércio.

A Organização Mundial do Comércio já havia retirado o Brasil de uma lista similar. A ação faz parte de um acordo do Brasil para que deixe de ter vantagens comerciais e, em troca, seja apoiado por Trump para ingressar na OCDE, clube dos países ricos. O novo embaixador também terá de marcar a posição brasileira em meio a um processo de eleição presidencial americana no fim deste ano. Trump tenta a reeleição, mas, caso perca, pode ser substituído por nomes democratas que teriam maior aversão ao governo de Jair Bolsonaro.

Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China. O que acontece na embaixada em Washington é chave para o país — e os desafios dos próximos anos são imensos.

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