Moro sai em defesa de Fachin e critica "perseguição" contra ministro do STF
A suspeição do ex-juiz está sendo discutida na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de março de 2021 às 16h31.
Última atualização em 12 de março de 2021 às 16h40.
Ex-juiz da Lava-Jato, Sergio Moro usou as redes sociais nesta sexta-feira, 12, para defender o ministro Edson Fachin , do Supremo Tribunal Federal ( STF ), dos ataques sofridos desde que anulou os processos e condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma tentativa de blindar as demais ações abertas na esteira da operação.
O ministro foi alvo de xingamentos de manifestantes que promoveram buzinaços perto do prédio onde ele mora no Jardim Social, bairro nobre de Curitiba. Depois disso, o STF reforçou sua segurança.
"Repudio ofensas e ataques pessoais ao ministro Edson Fachin do STF, magistrado técnico e com atuação destacada na Operação Lava-Jato. Qualquer discordância quanto à decisão deve ser objeto de recurso, não de perseguição", escreveu Moro no Twitter.
A suspeição do ex-juiz está sendo discutida na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal. Até o momento, o único voto certo em seu favor parece ser o de Fachin. Na sessão de terça-feira, 9, quando o julgamento sobre a conduta de Moro foi retomado, até mesmo a ministra Cármen Lúcia deu sinais de que pode mudar o posicionamento e votar para declarar a suspeição na ação do tríplex do Guarujá, que condenou Lula.
Fachin ainda tentou impedir a análise dos recursos do ex-presidente. O ministro queria considerar a discussão sobre a conduta de Moro já encerrada em razão da decisão proferida por ele para anular todas as condenações do petista na Lava-Jato. Ao ver o clima desfavorável na Segunda Turma, chegou a pedir, sem sucesso, o adiamento do caso.
O advogado Cristiano Zanin Martins, defensor de Lula, também repudiou os ataques a Fachin. "É inaceitável qualquer ataque feito ao ministro Edson Fachin, a exemplo de outros já realizados contra outros ministros do Supremo Tribunal Federal e também contra advogados. Esses ataques buscam comprometer a independência da Justiça e da atuação dos profissionais do direito, o que é uma agressão ao Estado democrático de direito", disse.