Ministros de Lula se reúnem com senadores aliados de Bolsonaro após derrota no Congresso
Após revés na Câmara, com a derrubada de trechos do decreto do saneamento, Rui Costa e Jader Filho foram ao Senado para encontro com parlamentares de oposição
Agência de notícias
Publicado em 10 de maio de 2023 às 17h44.
Última atualização em 10 de maio de 2023 às 17h50.
Após a derrota do governo na Câmara, com a derrubada de trechos do decreto do saneamento, ministros de Lula se reúnem nesta quarta-feira com senadores da oposição e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro .
O encontro acontece na liderança do governo no Senado, ocupada por Jaques Wagner (PT-BA), e tem como objetivo tentar barrar a derrubada do decreto pelos senadores.
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Os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Jader Filho (Cidades) têm a missão de convencer os parlamentares a votar contra a derrubada. Na terça-feira, eles estiveram reunidos com senadores da base e receberam sinalizações positivas.
Nos bastidores, no entanto, a avaliação de integrantes de partidos de centro é que será muito difícil o governo conseguir barrar a reversão do decreto e que o melhor movimento seria a revogação da medida de Lula para que não haja outra derrota no plenário do Senado.
PSB e a falta de alinhamento com o governo
Mais cedo, representantes do Executivo reconheceram durante conversa com o PSB uma falta de alinhamento entre o governo e sua base no Congresso, segundo parlamentares que participaram do encontro.
"O governo reconhece que deve ajudar e fazer um esforço", disse o líder do PSB na Câmara, Felipe Carreras (PE).
Segundo Carreras, há reclamações dos deputados sobre a demora na nomeação de cargos regionais — "uma cobrança geral", segundo ele, que é também líder do maior bloco partidário da Câmara.
A reunião foi realizada na vice-presidência da República, ocupada por Geraldo Alckmin do PSB, e é a primeira de uma série que o governo pretende realizar para tentar reacomodar a relação com a base.
Torneira das emendas parlamentares
"O Globo" apurou que o governo também abriu a torneira das emendas. Segundo parlamentares, a partir desta quarta-feira é possível fazer indicações para emendas do tipo RP2, discricionárias dos ministérios que herdaram parte da bolada do orçamento secreto. Segundo fontes, os parlamentares poderão indicar para Saúde, Codevasf e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) por meio das lideranças partidárias. A promessa do governo é liberar ao longo do ano R$ 6 bilhões dessa rubrica, além de restos a pagar de emendas do orçamento secreto, do ano passado ainda.
Em meio ao esforço de aproximação entre Palácio do Planalto e Congresso, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se reúne nesta quarta, pelo segundo dia consecutivo, com a liderança do governo no Senado, ocupada pelo senador Jaques Wagner (PT-BA).